“-Você não pode emagrecer mais. Para seu corpo, apesar de classificado como obeso na cartilha antiga, seu peso está bom. Na cartilha nova seu peso, sua altura e seu organismo estão de acordo. Se você emagrecer mais pode correr o risco de doenças, e perder uns anos de vida nisso.”
Era isso. Ou ele chegava a uma idade normal e tinha menos prazeres na vida, ou emagrecia, ficava nos moldes, corria o risco de viver bem menos, mas teria os divertimentos da sua geração.
Toda a sociedade o classificava como gordo. E dava pra ver nos olhos de espanto, ou de chacota dos passantes a alcunha de gordinho. Nenhuma garota já o olhou seriamente. Tampouco tinha vivenciado um olhar de sedução, ou de desejo. Só viu em novelas, ou em filmes com musas.
Quando decidiu emagrecer contou o desejo pra sua mãe. Foi quando ela indagou o porquê de estar pedindo pra comprar grãos de soja torrado e granola. Como sua mãe era protetora e insegura, e deu muito comida pra ele quando menor, ela achou que era mais garantido se emagrecer mantendo um controle, então levou-o a um médico pra monitorá-lo e dar os moldes.
“Decidi por fim, agora aos 15 anos que queria emagrecer, porque vejo meus amigos magros, ou até mesmo medianos, se divertirem. Tipo baladas e dançar. Sair com garotas e poder toca-las, acariciar-se nelas. Nunca toquei nenhuma, e nenhuma me tocou por mais tempo que o suficiente para me chamar a atenção e me fazer uma pergunta referente a aula da escola. Nunca senti um acariciar feminino. No máximo minha mãe, ou minhas tias. Mas elas são velhas. Não sinto o frescor da juventude como quando esbarro sem querer numa conhecida de classe. É meio como pêssego, como fala naquelas propagandas de creme hidratante. O momento decisivo foi quando meus amigos decidiram sair entre si e seus flertes, e falaram que praticamente não tinha espaço pra mim, ou que eu ia atrapalhar o andamento. Me senti o único a ser sozinho.
E o momento de decisão mesmo foi quando eu entrei no banho, estava uma água muito quente, e senti como era gostoso. Era como se eu estivesse sendo envolvido por alguém. Imaginei uma garota, delicada, sincera, bonita. Não como uma estrela pop, mas como uma singela garota. Meiga, ingênua. Queria aquilo pra mim, e só poderia viver isso na imaginação? Apenas quando estivesse no banho? Cogitei demorar mais nos banhos, só pra ficar sentindo aquele calor me envolvendo. Mas era um chuveiro, ficaria pobre em um mês. Se ao menos tivesse uma banheira ao invés de um chuveiro...
Foi então que notei o que estava perdendo! Ir em uma balada. Achar uma garota bonita. Me aproximar dela, ela me olhar, sorrir, e passar a dançar voltada pra mim, sorrindo. Sempre. E então poder começar uma relação com ela. Ir a um cinema, me divertir com ela. Ajudá-la com seus problemas. Ir comprar coisas com ela, ou ficar olhando as coisas com ela. Participar com ela dos divertimentos dos meus amigos finalmente. Quanto eu estava perdendo? Decidi que batalharia pra vivenciar aquilo e não morrer sem saber o prazer.
Começou tudo errado quando fui ao médico. O médico disse que eu não poderia emagrecer mais, pois saiu uma nova cartilha falando o quê era saudável. Ser magro não era mais necessariamente ser saudável. A nova cartilha dizia que não eram só altura e peso que contavam agora, mas que também o biótipo do corpo.
E que se emagrecesse poderia correr riscos de anemia, hipoglicemia, etc, que meu corpo ficaria mais vulnerável a invasões, de vírus e tipos, etc. além de diminuir meus anos de vida.
Então é isso o que a vida me reservou? Além de ser motivo de chacota, e ter de batalhar para conseguir os prazeres que os outros garotos conseguem tão facilmente e aproveitam tanto, se eu conseguir tal intento eu sou castigado com menos vida?! Onde está a justiça?!
Porquê eu tinha de ser assim? Porque o mundo tinha de ser assim?! Eu já tinha sofrido o bastante com toda a tiração de sarro, e todas as restrições, e humilhações, e achava eu que merecia mais que isso! Ao invés dos meus amigos que sempre tiveram uma vida tranqüila! E que até se divertiam humilhando me! Sempre magros, sempre convidados pra festas, sempre bonitos, sempre iam em festas. Sempre podiam sair com uma garota! Tinham por vezes até duas garotas querendo ficar com um deles! E eu com nada?! Só podia voltar pra casa! Ficar vendo novela com meus pais?! Depois reler Harry Potter e dormir!
Eles têm tudo o quê eu queria, e eu tenho nada! O quê ganhei? Eu merecia menos? O quê eles fizeram pra merecer?!
!!
.!.!
.......
...............
Inerte...
Preso em uma jaula...
Ou o prazer simples e morte mais cedo. Ou continuar a chacota, e ser um pária social excluído do prazer.”
O garoto passava pelo dilema primário do suicida. Ou continua sofrendo, ou pode terminar mais rapidamente tudo.
18 novembro, 2011
21 outubro, 2011
Miséria
Você queria ser um herói, né? Você acha que está se encaminhando em direção a isso. Mas vamos lá, encare. Vai facilitar às coisas pra você. Você vai ver a sí mesmo sem tanta pressão. Sem tanta auto crítica. Sem tanto pesar. Você já fez atos idiotas, burros, vergonhosos. Você é um humano. Não o humano da literatura, ou como nós humanos falamos que são os humanos. Idealizados. Você é um humano como todos nós. Você pensa em sí mesmo. Você não é bondoso ou perfeitamente racional e honrado. Você é um humano como todos os outros que você vê escorregando na rua, se humilhando, roubando misérias pra se drogar. Um humano animal como todos os outros animais.
Você pode tentar pensar, compensando, que todos os outros já fizeram burradas também, e que se você não está acima deles, pelo menos está igual. Mas isso não é sobre eles. É sobre você. Sobre aceitar a realidade sua, não deles. Acertar as contas entre você e seu ideal. Não aceitar o ideal de outras pessoas. Se aceitar. Vamos lá, você nunca será perfeito. Você já errou. E porque você não tinha conhecimento suficiente. Ou porque você é humano, tem desejos, e o mundo exige que aja em tempo. Ou seja, muitas vezes sem planejar. Mas isso também é arranjar uma desculpa. Colocar a culpa no mundo. Que se não fosse pelo mundo e seu tempo você seria perfeito. Você não é. Como humanos ganhamos uma grande habilidade de cérebro privilegiado. Mas isso não significa que com o que temos podemos chegar a tudo o que almejamos. Você nem lembra o quê você comeu no almoço de ontem.
E outra coisa, você não é o herói do mundo. Você não faz a diferença. O que você fez hoje? Almoçou. Conversou sobre um assunto facilmente esquecível. Comprou arroz e feijão. Talvez até um humilde chocolate para sí. Vê? Sua vida não ajuda ninguem. Não muda o mundo. Se você não existisse seria igual. Um cara solitário estaria feliz com sua namorada. Sua namorada não sentiria sua falta, pois teria construído sua vida sem você, que ocupa uma fração pequena na vida dela.
Eu quero me anular.
Esquecer a vida com álcool.
Preencher a minha miséria (a nossa miséria) com o corpo de uma mulher.
Você pode tentar pensar, compensando, que todos os outros já fizeram burradas também, e que se você não está acima deles, pelo menos está igual. Mas isso não é sobre eles. É sobre você. Sobre aceitar a realidade sua, não deles. Acertar as contas entre você e seu ideal. Não aceitar o ideal de outras pessoas. Se aceitar. Vamos lá, você nunca será perfeito. Você já errou. E porque você não tinha conhecimento suficiente. Ou porque você é humano, tem desejos, e o mundo exige que aja em tempo. Ou seja, muitas vezes sem planejar. Mas isso também é arranjar uma desculpa. Colocar a culpa no mundo. Que se não fosse pelo mundo e seu tempo você seria perfeito. Você não é. Como humanos ganhamos uma grande habilidade de cérebro privilegiado. Mas isso não significa que com o que temos podemos chegar a tudo o que almejamos. Você nem lembra o quê você comeu no almoço de ontem.
E outra coisa, você não é o herói do mundo. Você não faz a diferença. O que você fez hoje? Almoçou. Conversou sobre um assunto facilmente esquecível. Comprou arroz e feijão. Talvez até um humilde chocolate para sí. Vê? Sua vida não ajuda ninguem. Não muda o mundo. Se você não existisse seria igual. Um cara solitário estaria feliz com sua namorada. Sua namorada não sentiria sua falta, pois teria construído sua vida sem você, que ocupa uma fração pequena na vida dela.
Eu quero me anular.
Esquecer a vida com álcool.
Preencher a minha miséria (a nossa miséria) com o corpo de uma mulher.
20 outubro, 2011
Volta ao passado
Deparou-se com um guri.
Um garoto parado à frente dele. Era notável que era um garoto tolo, como todos os outros. Lhe era possível sentir; pelo seu jeito de olhar. Seu corpo se tensionou levemente. E meio segundo depois o cérebro compreendeu o baque. O guri que estava na frente dele era ele mesmo. Quando era jovem. Jovem, ignorante e tolo. O guri acenou para ele, e fez um gesto para que o seguisse. Seguiu o. Seguiu o num rumo que o fez repassar e refazer suas atividades e bobagens daquela época. Como se fosse um guri idiota, amigo e companheiro de seu guri mais jovem. Os dois iam e repetiam as mesmas idiotices que ele tinha feito 10 anos atrás. Era idiotia. Não queria voltar no tempo. Esquecer suas memórias e experiências. Mas não podia parar de acompanhar seu eu mais jovem, como hipnotizado. Continuou fazendo idiotices maquinalmente. Queria voltar a ser seu eu futuro com recordações. Sair desse mundo enclausurado de sua infância. Conhecendo tão pouca coisa. Como se ele tivesse saído do ritmo natural. Suas vontades e aspirações eram de adultos, mas se via numa realidade fazendo as coisas limitadas que ela lhe permitia. Por comparação era como se estivesse atrasado pra sí mesmo. A sua festa já tinha terminado, mas estava entrando agora no pula-pula, estava colocando a ficha agora no video game, estava se "divertindo" pra poder passar logo esta fase, e chegar onde a outra festa. Não a festa com bebidas e danças, que vinha logo após a festa com pula-pula, mas ultrapassar rapidamente esta tambem, e finalmente chegar na festa que seu espírito queria estar. Uma festa de reflexões. Procurando oportunidades, conhecer o mundo que tinha locais que ainda não tinha passado por. Onde era natural ele estar, no ambiente de sua idade verdadeira. Com o céu mais amplo. As limitações ainda a perder de vista, pois ainda não tinha experimentado todas as possibilidades do seu tempo. Se sentiria livre por isso. Enquanto que a realidade a qual estava preso ele conhecia tudo. Desenhos a tarde inteira na tevê, achar a escola e picuinhas da escola importantes. Gastar tempo tentando interpretar ações de uma garota, apesar de ser apenas um completo castelo no ar todas as suas interpretações. E saber que vai passar por tudo isso sem uma lembrança sólida. Na verdade, lembrando que não queria guardar uma lembrança sólida desse período. Saber que tudo o que fez foi algo que não resultou em nada. Além de tempo perdido dando voltas iguais dentro da mesma gaiola pequena.
Um garoto parado à frente dele. Era notável que era um garoto tolo, como todos os outros. Lhe era possível sentir; pelo seu jeito de olhar. Seu corpo se tensionou levemente. E meio segundo depois o cérebro compreendeu o baque. O guri que estava na frente dele era ele mesmo. Quando era jovem. Jovem, ignorante e tolo. O guri acenou para ele, e fez um gesto para que o seguisse. Seguiu o. Seguiu o num rumo que o fez repassar e refazer suas atividades e bobagens daquela época. Como se fosse um guri idiota, amigo e companheiro de seu guri mais jovem. Os dois iam e repetiam as mesmas idiotices que ele tinha feito 10 anos atrás. Era idiotia. Não queria voltar no tempo. Esquecer suas memórias e experiências. Mas não podia parar de acompanhar seu eu mais jovem, como hipnotizado. Continuou fazendo idiotices maquinalmente. Queria voltar a ser seu eu futuro com recordações. Sair desse mundo enclausurado de sua infância. Conhecendo tão pouca coisa. Como se ele tivesse saído do ritmo natural. Suas vontades e aspirações eram de adultos, mas se via numa realidade fazendo as coisas limitadas que ela lhe permitia. Por comparação era como se estivesse atrasado pra sí mesmo. A sua festa já tinha terminado, mas estava entrando agora no pula-pula, estava colocando a ficha agora no video game, estava se "divertindo" pra poder passar logo esta fase, e chegar onde a outra festa. Não a festa com bebidas e danças, que vinha logo após a festa com pula-pula, mas ultrapassar rapidamente esta tambem, e finalmente chegar na festa que seu espírito queria estar. Uma festa de reflexões. Procurando oportunidades, conhecer o mundo que tinha locais que ainda não tinha passado por. Onde era natural ele estar, no ambiente de sua idade verdadeira. Com o céu mais amplo. As limitações ainda a perder de vista, pois ainda não tinha experimentado todas as possibilidades do seu tempo. Se sentiria livre por isso. Enquanto que a realidade a qual estava preso ele conhecia tudo. Desenhos a tarde inteira na tevê, achar a escola e picuinhas da escola importantes. Gastar tempo tentando interpretar ações de uma garota, apesar de ser apenas um completo castelo no ar todas as suas interpretações. E saber que vai passar por tudo isso sem uma lembrança sólida. Na verdade, lembrando que não queria guardar uma lembrança sólida desse período. Saber que tudo o que fez foi algo que não resultou em nada. Além de tempo perdido dando voltas iguais dentro da mesma gaiola pequena.
06 outubro, 2011
Pensamentos durante as compras
Bom e velho Róbi...bom e velho Róbi. Era assim que seus conhecidos do trabalho o chamavam. Mas quem era ele realmente? Era apenas um medíocre ser humano.
De acordo com Róbi, o termo 'pensante', dado comumente aos seres humanos, talvez não fosse apropriado para sí. Foi sempre levado pelas situações. Nunca pensara, nunca precisou. Toda a sociedade já ditava o que tinha de fazer. "Tenha uma vida de sucesso. Seja empresário, case com uma bela e desejada mulher. Tenha uma família, e continue trabalhando. Se você se cansar de trabalhar, aposente-se e vá pescar. Em caso de dúvidas procure a religião oficial do Estado."
Não tinha objetivos além de fazer o que lhe parecia normal e comum.
E atualmente continua sendo levado pela situação externa. Estava ilhado na própria loja de comércio que possuía.
Foi pegar na despensa o último pote de geléia de morango (e última comida disponível para ele). Colocou a mão sobre a tampa e começou a forçar para desrrosqueá-la. Enquanto isso refletia sobre sua situação atual.
Tinha com medo de sair para ajudar a enfrentar advogados. Tinha medo de morrer, de ser contaminado, de perecer enquanto ajudava seus semelhantes a continuarem sobrevivendo. Tinha motivos para lutar e tinha motivos para não lutar. Sua família estava ilhada no próprio domicílio. Logo os portões enferrujados da casa iriam tombar perante aquele grupo de advogados na frente dos portões.
Ele tinha um objetivo nessas horas, de acordo com a cartilha. Era lutar feito retardado correndo em direção da sua casa, se possível de jeito emocionante e com lágrimas nos olhos, e assim salvar sua família.
Mas havia uns seres estranhos, querendo matá-lo, ele pensava. Como podia sair por aí se sua pequena existência de 48 anos poderia terminar? Ele não tinha feito todas as coisas que queria.
Porcaria de pote emperrado.
Sua mente tambem lembrava-o que era seu dever como cidadão ir lá e morrer lutando para defender seus semelhantes. Havia milhares de homens corajosos enfrentando os seres, com vigor e coragem. Enquanto ele tinha medo de defender a própria família.
Porra de tampa filha da puta, não abre nem com dentes!
Ele tinha de sair e mostrar que era homem como todos os outros, e que estava à altura de ter uma família própria e de defende-la.
Mas estava lá. Vou morrer comido em 15 minutos. Minha vida termina em quinze minutos.
Tudo o que fiz, que nem foi tanto, vai acabar. Vou deixar de existir, para sempre(!). Não é como se eu fosse dormir um dia, não tivesse sonhos durante o sono, e acordasse um tempo depois, como se eu tivesse deixado de existir durante esse tempo. Eu deixarei de existir para sempre! Sempre é infinito! É grande demais!
Nunca mais estarei no universo, estarei em lugar algum.
Eu que sempre quis ficar deitado dormindo metade das minhas férias. Que considerava privilégio poder dormir ao invês de trabalhar. Vou ter todo descanso que eu queria e não queria. E nunca mais vir trabalhar, sair para andar pelas ruas, cheias de cheiros, visões, brilhos metálicos e outros seres humanos.
Porra de tampa filha da puta!! Eu só quero minha geléia! Deus está contra mim?! Nesta hora ele faz isso comigo?! Nesta hora?! Grande filho da mãe, nem deve existir mas merece minha raiva! Ah, saco, vou tentar com a pá.
E pensar que...eu poderia ter brigado na rua com muitos brutamontes na minha vida. Que eu poderia ter transado com muitos homens na minha vida. Viajar para a África, conviver com o que há lá. Ver o que há de mais miserável. Que eu poderia ter lido Crepúsculo sem me trancar no banheiro, nem sofrer para esconder aquilo. Poderia ter me rebelado contra as coisas e feito traquinas na escola. O que mais falta? ah, eu lembro de tudo o que eu quero fazer antes de morrer. Pular de pára-quedas. Dar um soco no meu vizinho, filho da puta.
Róbi escuta um murmurar em latim em frente à porta de sua lojinha. Fica estático, de volta ao mundo, de seu devaneio. Uns segundos depois escuta muitas vozes falando termos em latim e sobre acordos e contas a pagar. O portão vai se abrindo, se quebrando no meio. Cinco advogados entram no mercadinho de Róbi. Róbi tropeça no chão plano e vai se esgueirando como uma maçã em direção a nenhum lugar em particular. Os cinco advogados são rápidos e logo deglutem bom e velho Róbi. Róbi podia ver sua carteira e seus músculos sendo vasculhados. Róbi ficou vendo sua morte, estático. Uma vista privilegiada da própria morte. Ficou deslumbrado com o desmembrar do próprio corpo, com a idéia de que estava a segundos da morte.
De acordo com Róbi, o termo 'pensante', dado comumente aos seres humanos, talvez não fosse apropriado para sí. Foi sempre levado pelas situações. Nunca pensara, nunca precisou. Toda a sociedade já ditava o que tinha de fazer. "Tenha uma vida de sucesso. Seja empresário, case com uma bela e desejada mulher. Tenha uma família, e continue trabalhando. Se você se cansar de trabalhar, aposente-se e vá pescar. Em caso de dúvidas procure a religião oficial do Estado."
Não tinha objetivos além de fazer o que lhe parecia normal e comum.
E atualmente continua sendo levado pela situação externa. Estava ilhado na própria loja de comércio que possuía.
Foi pegar na despensa o último pote de geléia de morango (e última comida disponível para ele). Colocou a mão sobre a tampa e começou a forçar para desrrosqueá-la. Enquanto isso refletia sobre sua situação atual.
Tinha com medo de sair para ajudar a enfrentar advogados. Tinha medo de morrer, de ser contaminado, de perecer enquanto ajudava seus semelhantes a continuarem sobrevivendo. Tinha motivos para lutar e tinha motivos para não lutar. Sua família estava ilhada no próprio domicílio. Logo os portões enferrujados da casa iriam tombar perante aquele grupo de advogados na frente dos portões.
Ele tinha um objetivo nessas horas, de acordo com a cartilha. Era lutar feito retardado correndo em direção da sua casa, se possível de jeito emocionante e com lágrimas nos olhos, e assim salvar sua família.
Mas havia uns seres estranhos, querendo matá-lo, ele pensava. Como podia sair por aí se sua pequena existência de 48 anos poderia terminar? Ele não tinha feito todas as coisas que queria.
Porcaria de pote emperrado.
Sua mente tambem lembrava-o que era seu dever como cidadão ir lá e morrer lutando para defender seus semelhantes. Havia milhares de homens corajosos enfrentando os seres, com vigor e coragem. Enquanto ele tinha medo de defender a própria família.
Porra de tampa filha da puta, não abre nem com dentes!
Ele tinha de sair e mostrar que era homem como todos os outros, e que estava à altura de ter uma família própria e de defende-la.
Mas estava lá. Vou morrer comido em 15 minutos. Minha vida termina em quinze minutos.
Tudo o que fiz, que nem foi tanto, vai acabar. Vou deixar de existir, para sempre(!). Não é como se eu fosse dormir um dia, não tivesse sonhos durante o sono, e acordasse um tempo depois, como se eu tivesse deixado de existir durante esse tempo. Eu deixarei de existir para sempre! Sempre é infinito! É grande demais!
Nunca mais estarei no universo, estarei em lugar algum.
Eu que sempre quis ficar deitado dormindo metade das minhas férias. Que considerava privilégio poder dormir ao invês de trabalhar. Vou ter todo descanso que eu queria e não queria. E nunca mais vir trabalhar, sair para andar pelas ruas, cheias de cheiros, visões, brilhos metálicos e outros seres humanos.
Porra de tampa filha da puta!! Eu só quero minha geléia! Deus está contra mim?! Nesta hora ele faz isso comigo?! Nesta hora?! Grande filho da mãe, nem deve existir mas merece minha raiva! Ah, saco, vou tentar com a pá.
E pensar que...eu poderia ter brigado na rua com muitos brutamontes na minha vida. Que eu poderia ter transado com muitos homens na minha vida. Viajar para a África, conviver com o que há lá. Ver o que há de mais miserável. Que eu poderia ter lido Crepúsculo sem me trancar no banheiro, nem sofrer para esconder aquilo. Poderia ter me rebelado contra as coisas e feito traquinas na escola. O que mais falta? ah, eu lembro de tudo o que eu quero fazer antes de morrer. Pular de pára-quedas. Dar um soco no meu vizinho, filho da puta.
Róbi escuta um murmurar em latim em frente à porta de sua lojinha. Fica estático, de volta ao mundo, de seu devaneio. Uns segundos depois escuta muitas vozes falando termos em latim e sobre acordos e contas a pagar. O portão vai se abrindo, se quebrando no meio. Cinco advogados entram no mercadinho de Róbi. Róbi tropeça no chão plano e vai se esgueirando como uma maçã em direção a nenhum lugar em particular. Os cinco advogados são rápidos e logo deglutem bom e velho Róbi. Róbi podia ver sua carteira e seus músculos sendo vasculhados. Róbi ficou vendo sua morte, estático. Uma vista privilegiada da própria morte. Ficou deslumbrado com o desmembrar do próprio corpo, com a idéia de que estava a segundos da morte.
29 setembro, 2011
Prosa e escrita
Ontem ouvi um amigo dizer sobre as escritas de outro amigo "As prosas dele são boas, diferentemente do resto da produção.". O que me fez me indagar se seria mais fácil fazer prosa que outros tipos de escrita. Veja bem, qualquer adolescente consegue manter um diário. E diários são compostos de prosa.
E isso é interessante a minha pessoa. Umas pessoas elogiam meus textos. A maioria dos meus elogiados é em prosa (ok, todos são exceto um). Os que não são em prosa tenho uma dificuldade bem maior de compor.
Então, apesar de meu desejo de ser um escritor, na verdade estou mais longe que imaginava de ser um escritor. Ao contrário da imagem que eu tinha antes de mim mesmo, o de alguem que tem certa habilidade para escrita, na verdade sou apenas um jovem comum no quesito Escrita. Os que antes elogiaram meus textos, na verdade não elogiaram minha habilidade de escrita, mas apenas minhas idéias publicadas. Quer dizer, é muita lisonja, que minhas idéias tenham feito um texto se sobressair dentre outros de mesma capacidade literária. Mas ainda assim...
Bem, uma coisa é verdade, eu pouco entendia dos livros considerados clássicos. Me divertia muito mais lendo Harry Potter do que Dostoiévski. Talvez seja realmente correta a minha hipótese de galhofa, que tinha criado apenas pra consolar uma guria que disse não saber escrever. Einstein disse certa vez (aproximadamente) "O que me fez chegar a essa teoria (da relatividade) não foi a inteligência. Aprendi a ler apenas com 9 anos. Meus pais pensaram que eu tinha algum problema. Mas o caso é que devido ao meu desenvolvimento lerdo, aos 20 anos eu mantive uma mente infantil, com a capacidade se maravilhar com pequenas coisas, como a luz, e de ficar pensando em um único tópico por muito tempo.".
Então, a guria tinha dito que não conseguia escrever pois mil pensamentos brotavam quando ela tentava. E se embaralhavam e a distraíam. Talvez minha mente seja mais lerda. Talvez tenha a velocidade lenta da minha escrita, de modo que posso desenvolver meu pensamento enquanto vou transcrevendo-o pro papel. Antes eu me entusiasmava com desafios. Envelhecer é uma coisa peculiar. Com a tranquilidade tambem vem a preguiça de sobrepujar desafios, que antes me encorajava a mostrar a mim mesmo que tenho valor. Não me importo mais se tenho valor ou não, dado que isso não mudará quem sou. Apenas quero divertimento e prazer relaxado.
E isso é interessante a minha pessoa. Umas pessoas elogiam meus textos. A maioria dos meus elogiados é em prosa (ok, todos são exceto um). Os que não são em prosa tenho uma dificuldade bem maior de compor.
Então, apesar de meu desejo de ser um escritor, na verdade estou mais longe que imaginava de ser um escritor. Ao contrário da imagem que eu tinha antes de mim mesmo, o de alguem que tem certa habilidade para escrita, na verdade sou apenas um jovem comum no quesito Escrita. Os que antes elogiaram meus textos, na verdade não elogiaram minha habilidade de escrita, mas apenas minhas idéias publicadas. Quer dizer, é muita lisonja, que minhas idéias tenham feito um texto se sobressair dentre outros de mesma capacidade literária. Mas ainda assim...
Bem, uma coisa é verdade, eu pouco entendia dos livros considerados clássicos. Me divertia muito mais lendo Harry Potter do que Dostoiévski. Talvez seja realmente correta a minha hipótese de galhofa, que tinha criado apenas pra consolar uma guria que disse não saber escrever. Einstein disse certa vez (aproximadamente) "O que me fez chegar a essa teoria (da relatividade) não foi a inteligência. Aprendi a ler apenas com 9 anos. Meus pais pensaram que eu tinha algum problema. Mas o caso é que devido ao meu desenvolvimento lerdo, aos 20 anos eu mantive uma mente infantil, com a capacidade se maravilhar com pequenas coisas, como a luz, e de ficar pensando em um único tópico por muito tempo.".
Então, a guria tinha dito que não conseguia escrever pois mil pensamentos brotavam quando ela tentava. E se embaralhavam e a distraíam. Talvez minha mente seja mais lerda. Talvez tenha a velocidade lenta da minha escrita, de modo que posso desenvolver meu pensamento enquanto vou transcrevendo-o pro papel. Antes eu me entusiasmava com desafios. Envelhecer é uma coisa peculiar. Com a tranquilidade tambem vem a preguiça de sobrepujar desafios, que antes me encorajava a mostrar a mim mesmo que tenho valor. Não me importo mais se tenho valor ou não, dado que isso não mudará quem sou. Apenas quero divertimento e prazer relaxado.
11 setembro, 2011
Reli Memórias Póstumas de Brás Cubas
A aqueles que creêm que ser negro, pobre, gay, doente mental é ser um ser inferior, apresento-vos Machado de Assis. Pobre na infância, mulato, gago, epiléptico. Só não era gay. Mas na história já há homens suficientes (lembrando, já que muitos esquecem [inclusive militantes gays], que eram humanos antes de incríveis ou gays) incríveis que eram gays.
Creio na verdade que essas "dificuldades" (são dificuldades mesmo, pois ser gago ou epiléptico são dificuldades, e ser negro ou gay é tambem uma dificuldade, com a diferença de ser artificial, já que criada pelos humanos antes de existir por sí só), que muitos crêem ser sinal de falta de talento, na verdade são potencializadores desses. Ou, melhor, sumonam os.
Imagine um paraíso. Tudo tranqüilo e ajeitado. Os homens seriam todos medíocres e iguais. Com relação ao paraíso, penso que o pecado original é a verdadeira inauguração da humanidade. Antes dele a humanidade só se fazia estar lá. Não agia. Eva seria a verdadeira emancipadora da humanidade. Tanto amante que exigiu que o homem agisse, mostrasse suas qualidades e se desenvolvesse; enquanto Adão era medíocre, aceitando viver restrito (bem, convenhamos, em defesa de Adão, você se rebelaria contra um deus todo poderoso?). Lembra da frase "Ela te ama se ela quer que você siga suas vontades"? Acho que assim deus na estória pensou "ah, queres desenvolver seus talentos submersos? Então vou mandar-te algo pra desenvolver seus talentos. Vocês agora têm a morte, o trabalho de se sustentar e sobreviver, e de bônus, a dor do parto a você, Eva, que levou meu menino a ser independente de minhas decisões".
Anos atrás um amigo me disse que satanismo não é realmente fazer sacrifícios ou cultos a um bode, mas sim admirar a ciência e o desenvolvimento. A ciência realmente é a indagação sobre o "que pode acontecer se...", muitas vezes em detrimento de certas coisas sagradas, e na maioria das vezes apenas querendo melhorar a vida humana. Eva realmente foi a primeira satanista, nesse conceito. Lembrando que, pela estória, Lúcifer se rebelou contra deus por não aceitar viver sob ordens dele e querer tomar o controle(não só de sua própria existência).
Tendo a oscilar entre procurar novos conhecimentos (pra arranjar uma vida mais divertida, e não ficar ignorante a um aspecto dela), e a sacralizar uns conceitos que estimo muito. Mas agora não tem mais um Pai pra falar o que é certo ou errado, além da sociedade. Minha mente já questiona coisas que antes considerava imutáveis.
Creio na verdade que essas "dificuldades" (são dificuldades mesmo, pois ser gago ou epiléptico são dificuldades, e ser negro ou gay é tambem uma dificuldade, com a diferença de ser artificial, já que criada pelos humanos antes de existir por sí só), que muitos crêem ser sinal de falta de talento, na verdade são potencializadores desses. Ou, melhor, sumonam os.
Imagine um paraíso. Tudo tranqüilo e ajeitado. Os homens seriam todos medíocres e iguais. Com relação ao paraíso, penso que o pecado original é a verdadeira inauguração da humanidade. Antes dele a humanidade só se fazia estar lá. Não agia. Eva seria a verdadeira emancipadora da humanidade. Tanto amante que exigiu que o homem agisse, mostrasse suas qualidades e se desenvolvesse; enquanto Adão era medíocre, aceitando viver restrito (bem, convenhamos, em defesa de Adão, você se rebelaria contra um deus todo poderoso?). Lembra da frase "Ela te ama se ela quer que você siga suas vontades"? Acho que assim deus na estória pensou "ah, queres desenvolver seus talentos submersos? Então vou mandar-te algo pra desenvolver seus talentos. Vocês agora têm a morte, o trabalho de se sustentar e sobreviver, e de bônus, a dor do parto a você, Eva, que levou meu menino a ser independente de minhas decisões".
Anos atrás um amigo me disse que satanismo não é realmente fazer sacrifícios ou cultos a um bode, mas sim admirar a ciência e o desenvolvimento. A ciência realmente é a indagação sobre o "que pode acontecer se...", muitas vezes em detrimento de certas coisas sagradas, e na maioria das vezes apenas querendo melhorar a vida humana. Eva realmente foi a primeira satanista, nesse conceito. Lembrando que, pela estória, Lúcifer se rebelou contra deus por não aceitar viver sob ordens dele e querer tomar o controle(não só de sua própria existência).
Tendo a oscilar entre procurar novos conhecimentos (pra arranjar uma vida mais divertida, e não ficar ignorante a um aspecto dela), e a sacralizar uns conceitos que estimo muito. Mas agora não tem mais um Pai pra falar o que é certo ou errado, além da sociedade. Minha mente já questiona coisas que antes considerava imutáveis.
23 agosto, 2011
comentário
logo mais verei se termino os textos que comecei. os primeiros que comecei a levar mais a sério. gostaria que vocês criticassem as coisas se possível, rapaziada. só preu tentar evoluir e pá.
grazie
grazie
19 agosto, 2011
idéia de porque escrever
como ainda não terminei umas coisas, vá lá. colocarei aqui como sair. foi meu processo de pensamento hoje num intervalo entre cousas.
não queria dar crédito ao rainer maria rilke, sobre aspectos de escrita, mas tenho de admitir que preciso escrever. quando emoções ultrapassam os domínios da mente pra ter reflexos fisiológicos.
não entendia o porquê a necessidade de escrever.
escrever é como uma conversa íntima, entre seu personagem indagador, e seu poder analítico. o quê resulta em um desenvolvimento lógico, entre perguntas e raciocínios lógicos para respostas psicopatas (no sentido de sem intervenção emocional).
é tambem um jeito de ordenar logicamente os pensamentos.
vendo um pensamento, pela lógica você induz qual o próximo pensamento mais lógico pra seguir o caminho.
talvez para isso seja necessário limitar a velocidade de meus pensamentos a velocidade da minha escrita, e assim dê pra perceber, com mais tempo disponível os detalhes de cada idéia. como me sinto em relação a ela, e quais seus detalhes.
e então, nessa conversa interna é como se argumentasse com um monstro revolucionário interno, tentando acalma-lo com a lógica. poder pensar que existe uma justiça por trás dos eventos, que é uma justiça natural. uma causa cria aquela conseqüência.
não queria dar crédito ao rainer maria rilke, sobre aspectos de escrita, mas tenho de admitir que preciso escrever. quando emoções ultrapassam os domínios da mente pra ter reflexos fisiológicos.
não entendia o porquê a necessidade de escrever.
escrever é como uma conversa íntima, entre seu personagem indagador, e seu poder analítico. o quê resulta em um desenvolvimento lógico, entre perguntas e raciocínios lógicos para respostas psicopatas (no sentido de sem intervenção emocional).
é tambem um jeito de ordenar logicamente os pensamentos.
vendo um pensamento, pela lógica você induz qual o próximo pensamento mais lógico pra seguir o caminho.
talvez para isso seja necessário limitar a velocidade de meus pensamentos a velocidade da minha escrita, e assim dê pra perceber, com mais tempo disponível os detalhes de cada idéia. como me sinto em relação a ela, e quais seus detalhes.
e então, nessa conversa interna é como se argumentasse com um monstro revolucionário interno, tentando acalma-lo com a lógica. poder pensar que existe uma justiça por trás dos eventos, que é uma justiça natural. uma causa cria aquela conseqüência.
16 agosto, 2011
segunda feira
tinha raiva, ainda do fato de que não conseguia se ater a suas morais.
faz-se sofrer, pois sua nova moral se baseia em seus erros passados.
mas ainda mantinha uns, que não tinha coragem de negar. ou a necessidade de negar. os quais tinha emocionalmente se ligado, pois são máximas que os próximos haviam lhe legado. não matarás, verás o próximo como um humano, ama teus progenitores, não coloque o cotovelo em cima da mesa, cuide dos teus próximos.
podia aconselhar milhões. inclusive, é bem mais fácil cuidar da vida dos outros. é mais fácil jogar the Sims.
tenho na minha mente o seguinte, se um dia nada der certo e eu me corromper, viro pescador. se isso tambem não der certo, monto uma boy band. se isso tambem não der certo, faço o pecado de fazer um livro de auto-ajuda no qual não mais acredito, e gasto todo o dinheiro, obtido desse pecado, com divertimentos escusos.
sofre, e sofre, e sofre. vamos lá, remix!
não veio nenhum manual de instruções, tinha que criar meu próprio objetivo na vida, o qual é inoficial. pirata. vindo de um folhetim; cujas origens remontam a idade média.
agora a partir deste ponto ele lembra. como se batesse de cara num muro, já que a situação o empurra contra o mesmo (não aquele do elevador. me refiro ao muro). hora de tomar uma decisão se não quiser fazer um remix de músicas emo na playlist. ele sabe que não vale entrar ali. ele, ele, ele, só sabe falar dele. na verdade sou eu mesmo. vale a tentativa de distanciar o protagonista, pra tentar ver a situação de modo mais claro e distanciando a vivência. dói menos. talvez seja mais prático. mas vamos ser sinceros...sou eu mesmo. e talvez vocês devessem saber. não sei porquê, mas acho que é melhor se souberem que sou eu. apesar de que todo tipo de arte é autobiográfico, por mais surreal que seja, vocês já sabem. até mesmo covers. biografias de terceiros tambem.
homens inexperientes se valem de auto mutilação para esquecer dores. já que não dá pra você ir lá e esbofetear umas pessoas, vamos bater em você mesmo, que foi um idiota.
você odeia a realidade. a realidade só é possível pois você está nela. todo homem, mesmo que inexperiente, crê naquela história de que uma árvore não caiu se não havia ninguem pra presenciar ou ser afetado pelo caimento.
foi assim que estrepei minha mão. foi assim que meu amigo conseguiu cortes nos braços. foi assim que minha amiga se humilhou na frente de todos.
foi assim que meu amigo se ressentiu com todos e se tornou um desconfiado. foi assim que cheguei ao niilismo amador.
faz-se sofrer, pois sua nova moral se baseia em seus erros passados.
mas ainda mantinha uns, que não tinha coragem de negar. ou a necessidade de negar. os quais tinha emocionalmente se ligado, pois são máximas que os próximos haviam lhe legado. não matarás, verás o próximo como um humano, ama teus progenitores, não coloque o cotovelo em cima da mesa, cuide dos teus próximos.
podia aconselhar milhões. inclusive, é bem mais fácil cuidar da vida dos outros. é mais fácil jogar the Sims.
tenho na minha mente o seguinte, se um dia nada der certo e eu me corromper, viro pescador. se isso tambem não der certo, monto uma boy band. se isso tambem não der certo, faço o pecado de fazer um livro de auto-ajuda no qual não mais acredito, e gasto todo o dinheiro, obtido desse pecado, com divertimentos escusos.
sofre, e sofre, e sofre. vamos lá, remix!
não veio nenhum manual de instruções, tinha que criar meu próprio objetivo na vida, o qual é inoficial. pirata. vindo de um folhetim; cujas origens remontam a idade média.
agora a partir deste ponto ele lembra. como se batesse de cara num muro, já que a situação o empurra contra o mesmo (não aquele do elevador. me refiro ao muro). hora de tomar uma decisão se não quiser fazer um remix de músicas emo na playlist. ele sabe que não vale entrar ali. ele, ele, ele, só sabe falar dele. na verdade sou eu mesmo. vale a tentativa de distanciar o protagonista, pra tentar ver a situação de modo mais claro e distanciando a vivência. dói menos. talvez seja mais prático. mas vamos ser sinceros...sou eu mesmo. e talvez vocês devessem saber. não sei porquê, mas acho que é melhor se souberem que sou eu. apesar de que todo tipo de arte é autobiográfico, por mais surreal que seja, vocês já sabem. até mesmo covers. biografias de terceiros tambem.
homens inexperientes se valem de auto mutilação para esquecer dores. já que não dá pra você ir lá e esbofetear umas pessoas, vamos bater em você mesmo, que foi um idiota.
você odeia a realidade. a realidade só é possível pois você está nela. todo homem, mesmo que inexperiente, crê naquela história de que uma árvore não caiu se não havia ninguem pra presenciar ou ser afetado pelo caimento.
foi assim que estrepei minha mão. foi assim que meu amigo conseguiu cortes nos braços. foi assim que minha amiga se humilhou na frente de todos.
foi assim que meu amigo se ressentiu com todos e se tornou um desconfiado. foi assim que cheguei ao niilismo amador.
13 agosto, 2011
01:49am
Tinha vontade de chorar. O que fez foi emudecer diante de um copo, modelo pra tomar rum, que continha água de torneira. Observou e assim admirou a transparência do copo, no seu formato. Transparência em si, e da água, não o transparecimento da toalha de mesa. Parecia um idiota.
Bruno disse ter superado seu problema com não ser especial (inclusive, gostei do nome que deram, aquele pessoal da usp. transtorno do protagonista. só não sabiam que transtorno significa outra coisa do que queriam dizer). mas eu duvido muito. aposto que não. inclusive mais, não creio em nenhum, absolutamente nenhum homem que diga que superou algo, ou que mudou algo em sí mesmo. acredito que apenas entopem seus egos de desculpas para se autoenganar e poderem viver felizes. e extremamente peculiar, como até mesmo os mais desconfiados acreditam nas próprias desculpas.
Classifico uns tipos de lágrimas, por experiênciar minha vida. Há as lágrimas que brotam por vergonha, por humilhação. O rosto fica quente e enrubesce, e como se o calor das bochechas expulsasse a água, as lágrimas saem, aumentando ainda mais sua humilhação por não conseguir se conter diante de demonstrações de força e superioridade. Como se admitisse a derrota daquele embate. Quem ainda não mostra lágrimas é porquê não se deixou convencer, como se guardasse para si um motivo para não se convencer com os argumentos do antagonista seu. Mas quando chora, é que percebe a veracidade da argumentação.
Outro tipo são as lágrimas evocadas. Você mais geme e grita e soluça do que derrama lágrimas. Você evoca as lágrimas com seus sons guturais, ou de respiração. É mais a ânsia de gritar em revolta desesperada. E as lágrimas parcas (comparadas com sua revolta) aparecem só pra completar seu estado emocional físico. Não é papel principal o das lágrimas nesse caso.
Tem ainda choro de emoções gratificantes. Alguém quebra a sua rudeza, sua casca impenetrável de emoções de outrem, racional e maquiavélica. Você não esperava, e entra umas dessas coisas, motivadas por ações. Talvez sumonam uma experiência da sua infância.
Ainda há essas, que são peculiares, são vamos chamar com o nome errôneo de lágrimas secas, pois não são lágrimas, pois não chegam a aparecer, mas você sente como se chorasse, e sente a vontade de chorar. São peculiares, porque podem ter um motivo, mas não aparecerem.
(Talvez ele esteja chorando pra demonstrar carência, como umas vezes lágrimas ditas egoístas são para pedir ajuda.
E se talvez for o sentimento infantil de começar a lidar com o mundo adulto? É complexo, e uma mente infantil é mais sensível. Não idiotizada e calejada como a dos já adultos.)
Parem de comparar-me a outras pessoas que já existiram! Eu não sou um humano, sou o qual chamam de Bruno, outro humano! Mesmo sem querer, suas vontades de banalizar emoções, como com medo de se fragilizarem de novo, de eu irromper pelas suas cascas, reviver aqueles seus momentos de vulnerabilidade completa, tentam classificar minhas emoções e reações como as emoções e reações de pessoas que já viveram em outra época que a minha, que eram outras pessoas! Minha vida é única. Mesmo que num tempo passado tenha tido alguém com mesmo genótipo e fenótipo que os meus, ainda ninguém vive o período ou o modo de vida que fui submetido e que interfiro.
Parte principal de sua revolta é que essas classificações interferiam em suas opiniões sobre si mesmo. Duvidava de suas emoções e se perguntava se tinha algo relacionado com o que propunham como classificação. E assim, sem querer enterrava parte das suas emoções, crendo que vivia outras. Por isso, em parte também por querer ser autêntico consigo mesmo, para saber o que quer para ter felicidade autêntica e original, se refugiava de outros. Na noite ou a maioria dorme, sem consciência, ou se entorpece com atividades coletivas, ou drogas. À noite era o único ser humano restante em seu Estado. E nem era um pária, pois não se considerava mais parte de sua espécie, apesar de ser. Fingia que a capacidade racional do humano superava corpos orgânicos. Mas bem, podia até ser considerado uma nova “espécie”. O único dessa nova sociedade, já que todos os que tinham potencial pra isso dormiam.
Que houvesse outros em situação semelhante em outros estados ou países, vivendo e sendo possível o contato via e-mail, não lhe eram aborrecimento mental nem lhe interessavam, pois cultura é algo mui de bairro.
Acho que Freud tem razão quando diz que pais são muito importantes na formação emocional de uma criança. Não entendo bem porquê alguém se preocupa com outros. Ou porquê pais se emotivam por causa de suas crianças.
Por vezes queria se livrar de toda ligação afetiva com outros. Pra não ter de lidar com os problemas da sociedade, e tomá-los como problemas tambem seus.
p.s. quem souber mais tipos de choro, coloca uma descrição nos comentários, ou só coloca o nome que você deu. quero classificar.
Bruno disse ter superado seu problema com não ser especial (inclusive, gostei do nome que deram, aquele pessoal da usp. transtorno do protagonista. só não sabiam que transtorno significa outra coisa do que queriam dizer). mas eu duvido muito. aposto que não. inclusive mais, não creio em nenhum, absolutamente nenhum homem que diga que superou algo, ou que mudou algo em sí mesmo. acredito que apenas entopem seus egos de desculpas para se autoenganar e poderem viver felizes. e extremamente peculiar, como até mesmo os mais desconfiados acreditam nas próprias desculpas.
Classifico uns tipos de lágrimas, por experiênciar minha vida. Há as lágrimas que brotam por vergonha, por humilhação. O rosto fica quente e enrubesce, e como se o calor das bochechas expulsasse a água, as lágrimas saem, aumentando ainda mais sua humilhação por não conseguir se conter diante de demonstrações de força e superioridade. Como se admitisse a derrota daquele embate. Quem ainda não mostra lágrimas é porquê não se deixou convencer, como se guardasse para si um motivo para não se convencer com os argumentos do antagonista seu. Mas quando chora, é que percebe a veracidade da argumentação.
Outro tipo são as lágrimas evocadas. Você mais geme e grita e soluça do que derrama lágrimas. Você evoca as lágrimas com seus sons guturais, ou de respiração. É mais a ânsia de gritar em revolta desesperada. E as lágrimas parcas (comparadas com sua revolta) aparecem só pra completar seu estado emocional físico. Não é papel principal o das lágrimas nesse caso.
Tem ainda choro de emoções gratificantes. Alguém quebra a sua rudeza, sua casca impenetrável de emoções de outrem, racional e maquiavélica. Você não esperava, e entra umas dessas coisas, motivadas por ações. Talvez sumonam uma experiência da sua infância.
Ainda há essas, que são peculiares, são vamos chamar com o nome errôneo de lágrimas secas, pois não são lágrimas, pois não chegam a aparecer, mas você sente como se chorasse, e sente a vontade de chorar. São peculiares, porque podem ter um motivo, mas não aparecerem.
(Talvez ele esteja chorando pra demonstrar carência, como umas vezes lágrimas ditas egoístas são para pedir ajuda.
E se talvez for o sentimento infantil de começar a lidar com o mundo adulto? É complexo, e uma mente infantil é mais sensível. Não idiotizada e calejada como a dos já adultos.)
Parem de comparar-me a outras pessoas que já existiram! Eu não sou um humano, sou o qual chamam de Bruno, outro humano! Mesmo sem querer, suas vontades de banalizar emoções, como com medo de se fragilizarem de novo, de eu irromper pelas suas cascas, reviver aqueles seus momentos de vulnerabilidade completa, tentam classificar minhas emoções e reações como as emoções e reações de pessoas que já viveram em outra época que a minha, que eram outras pessoas! Minha vida é única. Mesmo que num tempo passado tenha tido alguém com mesmo genótipo e fenótipo que os meus, ainda ninguém vive o período ou o modo de vida que fui submetido e que interfiro.
Parte principal de sua revolta é que essas classificações interferiam em suas opiniões sobre si mesmo. Duvidava de suas emoções e se perguntava se tinha algo relacionado com o que propunham como classificação. E assim, sem querer enterrava parte das suas emoções, crendo que vivia outras. Por isso, em parte também por querer ser autêntico consigo mesmo, para saber o que quer para ter felicidade autêntica e original, se refugiava de outros. Na noite ou a maioria dorme, sem consciência, ou se entorpece com atividades coletivas, ou drogas. À noite era o único ser humano restante em seu Estado. E nem era um pária, pois não se considerava mais parte de sua espécie, apesar de ser. Fingia que a capacidade racional do humano superava corpos orgânicos. Mas bem, podia até ser considerado uma nova “espécie”. O único dessa nova sociedade, já que todos os que tinham potencial pra isso dormiam.
Que houvesse outros em situação semelhante em outros estados ou países, vivendo e sendo possível o contato via e-mail, não lhe eram aborrecimento mental nem lhe interessavam, pois cultura é algo mui de bairro.
Acho que Freud tem razão quando diz que pais são muito importantes na formação emocional de uma criança. Não entendo bem porquê alguém se preocupa com outros. Ou porquê pais se emotivam por causa de suas crianças.
Por vezes queria se livrar de toda ligação afetiva com outros. Pra não ter de lidar com os problemas da sociedade, e tomá-los como problemas tambem seus.
p.s. quem souber mais tipos de choro, coloca uma descrição nos comentários, ou só coloca o nome que você deu. quero classificar.
08 agosto, 2011
Existe alguém aí que goste de domingo? Porque né...
introdução: este e o outro chamado "se desse pra mudar algo em você, o que mudaria?" (ou algo assim) são de um exerciciozinho que tenho feito. a motivação é aumentar meu hábito de escrever. vou mudar tambem o estilo conforme o passar do tempo. mas por enquanto, de início está assim.
as perguntas, ou temas estão no título. são feitas por anônimos, ou não, que me mandam e eu respondo. no site http://www.formspring.me/brunokemon
como não estou sempre no estado de escrever, são poucas as "perguntas" que vingam, mas bora.
quando eu tinha 10 anos odiava domingos. era o dia que acontecia deu ficar deprimido ou melancólico, pensando sobre como deve ser a morte, sua e de outras pessoas. foi assim por muito tempo.
a angústia de imaginar não existir pelo resto a eternidade. querer crer em contos de fadas pra conseguir dormir. iludindo-me de que existe vida pós morte apenas pra consegui dormir pra amanhã.
foi quando comecei a me interessar por religiões, ver como outros humanos mais experientes lidaram com isso.
nenhuma, em minha limitada capacidade intelectual me convenceu. cheguei em conclusões próprias, que me permitiram descansar por muito tempo. depois mudei elas, pois com umas experiências que adquiri, certo dia pensei num estalo, que a morte não era a coisa mais importante, preocupante.
tempos depois, (é interessante como a mente age. ao menos a minha. durante o cotidiano, ou antes de dormir, pensando em algumas coisas levianamente, ia seguindo um raciocínio lógico, quase imperceptível ao meu consciente. até que um dia, reunindo todos os caminhos seguidos pela lógica chego a uma conclusão. e fim, temos uma base) lendo mais livros, da literatura considerada clássica, essencial, noto que muitas das minhas idéias próprias batiam com as idéias do budismo. claro, não pensei na idéia de reencarnação e vidas passadas literalmente, como a idéia de que levantando um cajado um cara conseguiu dividir o mar morto literalmente. notei que tais frases serviam como um modo de paródiar as idéias e cabiam perfeitamente.
agora tenho essa "religião" própria (que odeio que chamem assim, pois religião me remete a idéia de crença. você crê naquilo sem que tenha chegado àquilo por averiguação lógica) que me permite planejar meus atos mais sérios de acordo com essa moral.
assim, meu domingo é sussa, eu passo o dia escutando pink floyd ou andando e bike aproveitando o ar poluído, mas vendo o sol brilhar e a grama que ainda existe. ou até sair com amigos, mas aproveitando uma existência bem mais bucólica com relação a minha mente, ou o que chamam de alma.
as perguntas, ou temas estão no título. são feitas por anônimos, ou não, que me mandam e eu respondo. no site http://www.formspring.me/brunokemon
como não estou sempre no estado de escrever, são poucas as "perguntas" que vingam, mas bora.
quando eu tinha 10 anos odiava domingos. era o dia que acontecia deu ficar deprimido ou melancólico, pensando sobre como deve ser a morte, sua e de outras pessoas. foi assim por muito tempo.
a angústia de imaginar não existir pelo resto a eternidade. querer crer em contos de fadas pra conseguir dormir. iludindo-me de que existe vida pós morte apenas pra consegui dormir pra amanhã.
foi quando comecei a me interessar por religiões, ver como outros humanos mais experientes lidaram com isso.
nenhuma, em minha limitada capacidade intelectual me convenceu. cheguei em conclusões próprias, que me permitiram descansar por muito tempo. depois mudei elas, pois com umas experiências que adquiri, certo dia pensei num estalo, que a morte não era a coisa mais importante, preocupante.
tempos depois, (é interessante como a mente age. ao menos a minha. durante o cotidiano, ou antes de dormir, pensando em algumas coisas levianamente, ia seguindo um raciocínio lógico, quase imperceptível ao meu consciente. até que um dia, reunindo todos os caminhos seguidos pela lógica chego a uma conclusão. e fim, temos uma base) lendo mais livros, da literatura considerada clássica, essencial, noto que muitas das minhas idéias próprias batiam com as idéias do budismo. claro, não pensei na idéia de reencarnação e vidas passadas literalmente, como a idéia de que levantando um cajado um cara conseguiu dividir o mar morto literalmente. notei que tais frases serviam como um modo de paródiar as idéias e cabiam perfeitamente.
agora tenho essa "religião" própria (que odeio que chamem assim, pois religião me remete a idéia de crença. você crê naquilo sem que tenha chegado àquilo por averiguação lógica) que me permite planejar meus atos mais sérios de acordo com essa moral.
assim, meu domingo é sussa, eu passo o dia escutando pink floyd ou andando e bike aproveitando o ar poluído, mas vendo o sol brilhar e a grama que ainda existe. ou até sair com amigos, mas aproveitando uma existência bem mais bucólica com relação a minha mente, ou o que chamam de alma.
06 agosto, 2011
notícias de última hora
O movimento de misantropia não-popular está demonstrando enfraquecimento em sua cúpula. a frente do movimento já está arrefecido.
nas plantas estão eclodindo botões de flores. a primavera está vindo mais tarde, mas permitirá aproveitarem as pessoas mais tardias, com esse sentimento de pós-festa e o clima propenso a atividades de aquecimento.
nas plantas estão eclodindo botões de flores. a primavera está vindo mais tarde, mas permitirá aproveitarem as pessoas mais tardias, com esse sentimento de pós-festa e o clima propenso a atividades de aquecimento.
01 agosto, 2011
Se você pudesse mudar alguma coisa no seu corpo, o que seria?
hum...já quis mudar o nariz, mas meus pais dizem ser igual o nariz do meu avô paterno, que não conheci muito bem, mas todos meus familiares dizem ser um dos caras mais inteligentes e fiéis a suas idéias que já conheceram. então como elo de ligação já quis manter-lo. mas não quero ser meu avô. eu queria ser um ente desconectado de todos. único, nenhuma repetição. porquê tenho problemas com ser uma cópia de outrem ou ser único?
amigos já disseram que lembro outras pessoas conhecidas deles. e sempre imagino alguem que é mais um clone meu vivendo por aí. como se eu fosse um ser simples de se obter. um medíocre que não se sobressaiu. que por diversos trajetos diferentes é possível chegar neste mesmo ser medíocre, e que nenhum de nós, brunos conseguimos sobressair o próprio ambiente onde vivemos, para fazer prevalecer nossa personalidade.
é o mesmo quando me indago sobre a opção sexual, se é uma coisa orgânica, ou se é construída, quase como uma lavagem cerebral de diversas propagandas de cerveja passando na minha frente. então eu gostaria de peitos porquê passava na televisão desde quando pequeno? macaco novo imita macaco velho? seria então que talvez eu seja manipulável/medíocre, enquanto meus amigos gays tinham uma personalidade mais forte e única, que prevaleceu? como se eles já soubessem que no mundo não se pode confiar nos mais velhos e sua vontade de vender cerveja?
bem, isso eu aparentemente já tinha uma idéia tambem, afinal, minha mãe já me deu comida quente, me queimando sem querer. então por muito tempo, mesmo que minha mãe ou pai, pessoas que eu demonstrava ser completamente necessitado, mo dessem comida, eu sempre afastava a cabeça e experimentava com a ponta mínima da língua. eles diziam ser uma gracinha, mas taí criada a desconfiança.
ah, nisso tambem reside o problema de eu rejeitar com asco fazer um trabalho mecânico, técnico. que qualquer um poderia fazer. por isso quis largar a faculdade, pois pensava ser puramente aprender técnicas, como um programa de computador. quando o que queria era aprender a desenvolver técnicas, baseando-me na capacidade da minha inteligência (sendo grande ou pequena, não importa, desde que fosse da minha inteligência que viesse a idéia, ruim ou boa. autêntica). não queria ser apenas mais uma manivela igual na máquina da sociedade. queria ser especial.
amigos já disseram que lembro outras pessoas conhecidas deles. e sempre imagino alguem que é mais um clone meu vivendo por aí. como se eu fosse um ser simples de se obter. um medíocre que não se sobressaiu. que por diversos trajetos diferentes é possível chegar neste mesmo ser medíocre, e que nenhum de nós, brunos conseguimos sobressair o próprio ambiente onde vivemos, para fazer prevalecer nossa personalidade.
é o mesmo quando me indago sobre a opção sexual, se é uma coisa orgânica, ou se é construída, quase como uma lavagem cerebral de diversas propagandas de cerveja passando na minha frente. então eu gostaria de peitos porquê passava na televisão desde quando pequeno? macaco novo imita macaco velho? seria então que talvez eu seja manipulável/medíocre, enquanto meus amigos gays tinham uma personalidade mais forte e única, que prevaleceu? como se eles já soubessem que no mundo não se pode confiar nos mais velhos e sua vontade de vender cerveja?
bem, isso eu aparentemente já tinha uma idéia tambem, afinal, minha mãe já me deu comida quente, me queimando sem querer. então por muito tempo, mesmo que minha mãe ou pai, pessoas que eu demonstrava ser completamente necessitado, mo dessem comida, eu sempre afastava a cabeça e experimentava com a ponta mínima da língua. eles diziam ser uma gracinha, mas taí criada a desconfiança.
ah, nisso tambem reside o problema de eu rejeitar com asco fazer um trabalho mecânico, técnico. que qualquer um poderia fazer. por isso quis largar a faculdade, pois pensava ser puramente aprender técnicas, como um programa de computador. quando o que queria era aprender a desenvolver técnicas, baseando-me na capacidade da minha inteligência (sendo grande ou pequena, não importa, desde que fosse da minha inteligência que viesse a idéia, ruim ou boa. autêntica). não queria ser apenas mais uma manivela igual na máquina da sociedade. queria ser especial.
23 julho, 2011
e-mail a uma amiga
um antigo post gerou um mal entendido. esta é uma resposta que mandei a uma amiga. estou colocando aqui pra evitar mais mal entendidos.
'normalmente não tenho saco pra ficar tentando desfazer mal entendidos, mas eu prefiro que você não tenha mal entendidos comigo...
a coisa lá sobre bater na mulher por causa de ciúmes foi um exemplo para eu demonstrar como eu acho que não se deve desumanizar alguem que aparenta estar do lado negro da força. do mesmo modo que o cara do realengo. eu não quis dar a intenção de que quem bateu está certo. seria o mesmo que dizer que o cara do colégio no realengo devia ter matado mesmo e ponto.
o quê queria falar é que todas as ações humanas têm motivos. e se alguem realizou um ato que não é natural, que envolve muita energia é porquê ele tinha motivos fortes, talvez não corretos do nosso ponto de vista, mas que o "inimigo" só via esse modo pra acabar com seu sofrimento ou sua raiva, afinal, só tomamos medidas drásticas/não convencionais para resolver coisas com as quais temos forte envolvimento emocional. queria dizer que todos são humanos. que tanto tenho pena grande dos alunos mortos, como tenho pena pelo o quê o executor deve ter sofrido.'
um dia tento voltar a escrever no blog.
'normalmente não tenho saco pra ficar tentando desfazer mal entendidos, mas eu prefiro que você não tenha mal entendidos comigo...
a coisa lá sobre bater na mulher por causa de ciúmes foi um exemplo para eu demonstrar como eu acho que não se deve desumanizar alguem que aparenta estar do lado negro da força. do mesmo modo que o cara do realengo. eu não quis dar a intenção de que quem bateu está certo. seria o mesmo que dizer que o cara do colégio no realengo devia ter matado mesmo e ponto.
o quê queria falar é que todas as ações humanas têm motivos. e se alguem realizou um ato que não é natural, que envolve muita energia é porquê ele tinha motivos fortes, talvez não corretos do nosso ponto de vista, mas que o "inimigo" só via esse modo pra acabar com seu sofrimento ou sua raiva, afinal, só tomamos medidas drásticas/não convencionais para resolver coisas com as quais temos forte envolvimento emocional. queria dizer que todos são humanos. que tanto tenho pena grande dos alunos mortos, como tenho pena pelo o quê o executor deve ter sofrido.'
um dia tento voltar a escrever no blog.
22 abril, 2011
Conversa de sexta a noite
é então. eu vi um bar de strip, mas estava sem dinheiro, então não
pude entrar. depois vi duas inaugurações de lojas que eram meio que
baladas e etc. parecia interessante, mas eu estava vestido como
mulambento.
uhauhauhauh
depois tinha uma rua CHEIA de mendigos e uns carinhas jogando baralho
numa viela putamente escura. só tinha eles lá e uma coca
eita, cara... que aventura de doido. você vagou a noite toda vendo as
entranhas da cidade?
nem. foi só das 11 até as 2.
porquê eu dei uma corrida e como tava de havaianas criou bolhas...
vixi! correu por que quis ou por que precisou?
ah, foi porquê quis
nem rolou nada. realmente tava vestido como mulambento. tava usando
uma camisa meio rasgado quando saí e só tava de celular.
hmm
ainda bem. mas parece que foi bacana. eu teria ficado irritado e com
medo de fazer isso à toa
foi bem bacana. você sente coisas diferentes nesses horários saindo
por tais locais sozinho de madrugada.
você se sente mais um marginal da sociedade. quase um animal.
hehehe
o juan me passou um dia isto
http://papodehomem.com.br/ clube-da-luta-voce-nao-e- especial/
fight club é foda
esse site parece legal
estou lindo uns bagalhos dele
lendo
diabos, o 'i' nem fica perto do 'e'
uhauhauhauh
ei, flipp, vou sair, k? vou ler um livro.
tchau
t+
pude entrar. depois vi duas inaugurações de lojas que eram meio que
baladas e etc. parecia interessante, mas eu estava vestido como
mulambento.
uhauhauhauh
depois tinha uma rua CHEIA de mendigos e uns carinhas jogando baralho
numa viela putamente escura. só tinha eles lá e uma coca
eita, cara... que aventura de doido. você vagou a noite toda vendo as
entranhas da cidade?
nem. foi só das 11 até as 2.
porquê eu dei uma corrida e como tava de havaianas criou bolhas...
vixi! correu por que quis ou por que precisou?
ah, foi porquê quis
nem rolou nada. realmente tava vestido como mulambento. tava usando
uma camisa meio rasgado quando saí e só tava de celular.
hmm
ainda bem. mas parece que foi bacana. eu teria ficado irritado e com
medo de fazer isso à toa
foi bem bacana. você sente coisas diferentes nesses horários saindo
por tais locais sozinho de madrugada.
você se sente mais um marginal da sociedade. quase um animal.
hehehe
o juan me passou um dia isto
http://papodehomem.com.br/
fight club é foda
esse site parece legal
estou lindo uns bagalhos dele
lendo
diabos, o 'i' nem fica perto do 'e'
uhauhauhauh
ei, flipp, vou sair, k? vou ler um livro.
tchau
t+
11 abril, 2011
06 abril, 2011
aula de boxe
isto pensei hoje durante a aula de boxe:
cultivo um pouco eles pelas artes marciais.
e pela guria lá, que adorava músculos. (obs. do narrador: podem chamar de coisa tola a se fazer. construir algo por outra pessoa, por uma paixãozinha. ok, não era só pela outra pessoa. acontece que sempre gostei de artes marciais. mas ultimamente perdi a gana, o divertimento por aprender a controlar meu corpo.)
...
gostava dela. uma das poucas de quem realmente gostei.
duas nas minhas contas atuais, acho. deixa eu pensar.
...
agora fui abandonado por ela. na verdade afastei-a. sei lá.
os músculos agora só servem para eu descarregar a minha insatisfação com o resto das coisas.
não mais para tentar satisfazer quem queria satisfazer.
agora estou apenas para construir minha habilidade de destruição. sem querer. não é mais por outro motivo. como antes.
não gosto de destruir as coisas. principalmente agora que destruí o que me era maior fonte de felicidade no momento (apesar dos momentos de confusão horríveis).
agora, com uma graduação que não é mais caminho para meu antigo sonho (ainda é, mas perdi o sonho).
com um escritório no qual eu me deprimia terrivelmente.
vendo na tela do computador eu 50 anos mais velho fazendo os mesmos serviços, sem tocar em minhas vontades e sonhos.
...
o aumento de meus músculos representa coisas.
minha infantilidade em adorar técnicas marciais quando era pequeno.
agora o uso deles para expressar meu rancor. com a realidade, que imagino e que recebo.
é só a tentativa de destruição de minha insatisfação. não há esperanças em meus socos agora.
tento, apesar de saber imaginária, a destruição da esperança.
estou me desgarrando de meus sonhos. antes queria ajudar em alguma coisa. agora quero apenas meu quilhão de prazer. "
isto descrito pensei em meio a cada ofegação. de quê me adiantava ali no meio?
porquê tenho lembrado a música Behind Blue Eyes?
não culpo ela. meu rancor se dirige a um resto da humanidade. não contei mentiras, somente ocultei verdades por muito tempo. e não tenho belos olhos azuis.
sou muito pra mim, sou nada pro resto, sou eu mesmo na verdade apenas. alguem que não é especial a ninguém, quando todos me ensinaram a querer ser especial. queria ser especial para o mundo. se não é possível, quero então ser especial a alguem. por anos tentei combater tal vontade, dizendo para mim mesmo "as pessoas não precisam saber o que fiz ou faço. só deve importar a mim mesmo. minha existência só deve importar a mim mesmo. não precisarei da aprovação de outros, mas só da minha consciência".
mas a vontade é forte. não é para ser importante no entanto a qualquer um. deverei ser o mais importante para a pessoa que colocarei no centro do universo.
não quero que minha existência seja apenas mais uma dentre todo o número de existências. de quê vale minha existência, se vivo para construir coisas e desenvolver na sociedade? deveria viver o presente, sem me preocupar em desenvolver. no meio da floresta, sozinho, sem a cobrança de outros, se é pra não ser especial em meio a essas cobranças. somente mais um tijolo.
27 março, 2011
23 março, 2011
behind blue/dark/brown/red eyes
mo dê a sua verdadeira vontade, nada de ausentar-se de mim. quero a vida presente no presente.
agora uma angústia me consome. tenho a impressão que é a falta de alguem em quem confiar e me apoiar. alguem maior que eu para proteger me de tudo, enlaçar-me e que nos envolva numa redoma que isole-nos do mundo. o que tenho agora são apenas pessoas de confiança, mas equivalentes a mim em capacidade. não tenho heróis nem ídolos a quem dar meus sonhos. na verdade não confio neles, as pessoas de minha confiança. acredito que irão me dar palavras de conforto e de consolo quando precisar, um ombro no qual eu possa chorar em toda minha sinceridade. tambem nutro por eles um grande carinho e estima. o sabem que o que eu puder fazer por eles o farei. em minha limitada capacidade dou-me muito a amigos e etc, e sempre o fiz sacrificando minhas vontades e necessidades (o que me machuca é que muitos por quem me sacrifiquei não fizeram aquilo que eu queria que tivessem feito em outros tempos quando precisei. mas não posso culpa-los. como poderia querer que eles fizessem o que eu faria ou quisesse que fizessem se eles não são eu). sempre me arrependi de não ser um solitário auto-suficiente que não precisava de outros (mas até chegar a esse estágio ou sou um autista, ou passo por muitas histórias e traições). mas confiar que vão resolver meus problemas quando eu não suportar? não creio nisso. são iguais a mim e têm tanta capacidade quanto eu. me dão ideologias, me dão idéias, mas nunca a resolução, dados seus poderes limitados equivalentes aos meus. o que eles puderem fazer por mim, ou aguentar por mim é o mesmo que eu poderia fazer-lo. e quem tem mais vontade de resolver meus problemas do que eu mesmo? por isso queria um amor pra mim. alguem que tivesse tanto carinho (paixão é o que queria), que se esforçasse mais que eu pra resolver os problemas, devido a dor de ver-me sofrer. como eu tive com algumas pessoas (pouquíssimas, confesso. mas se não fossem poucas eu estaria calejado já de tanto esforçar-me na paixão, e não daria mais tanta de minha energia em outro relacionamento quanto posso dar agora).
voltando a confiança em outros.
quando pequeno confiava no tamanho imponente de meu pai e mãe e amava-os. confiava e não sabia medir nem suas estaturas, nem seus conhecimentos. então pela ignorância da imensidão confiava. afinal eram incrivelmente maiores que eu.
quando cresci me aproximei do que eram. até que conheci pessoas de fora de minha casa e me obrigaram a ver mais, me obrigando a não ficar recluso aos pensamentos de minha família. sou um mosaico de minhas vontades primitivas com criação de minha família e com as experiências que o mundo externo a minha casa envolveu-me.
porquê tais frases emos? pelos motivos óbvios. perdi a coragem de desbravar o mundo, mas principalmente a desbravar o quê o mundo causaria em mim. claro que é apenas uma fase. todos já passaram por isso e ainda irão passar novamente. e odeio o fato de estar escrevendo assim, sem palavras rotineiras. não sei que deu em mim para escrever de modo antiquado. só sei que tenho o medo de distanciar minhas idéias do momento presente aos leitores, com quem eu tento ter uma comunicação e uma des-solidão.
onde estão as pessoas que contam do passado? bravas em suas vontades, sem dúvidas aparentes (pois dúvidas elas tinham, mas em sua representação diante dos outros nunca poderiam mostrar, para manterem sua posição, e a confiança de seu exército de seguidores). verdadeiros seres isolados, e fortes em suas vontades. combatendo contra pequenas coisas do cotidiano. desde um opositor do governo até a simples e complexíssima relação entre seus convivas, e provavelmente sua companheira. ou serão tambem os heróis do passado apenas seres mesquinhos e egocêntricos alimentando seu ego, como o são muitos dos políticos, ou politiqueiros de hoje em dia. não sei se confio em políticos. confiaria mais em quem põe a mão na obra e trabalha em direção a algo, não em ideologistas e propagadores de idéias. apesar de eu mesmo querer propagar minhas idéias, pois discordo do mundo atual como está. e noto, equivalho-me a hitler, ou a nero em suas vontades, pois quero colocar minha visão particular de mundo a todas as pessoas. e noto como sou egoísta e ditador quando quero isso. pois minhas vontades são as vontades de um ser humano comum. como um de meu grupo tenho preconceitos e sou limitado em minha justiça. quantos motivos se escondem na justiça de cada caso de hoje em dia.
resumindo, em minha vontade de alastrar minhas vontades e ideologias ao resto do mundo eu iria praticar "injustiça" (devido a minha limitada capacidade de entender o que é justo e injusto num mundo complexo, onde provavelmente não existem separados) contra aqueles que eu não entendo, mas que tiveram e têm motivos para terem feito o que fizeram. teria errado.
mas lembra? estão ocorrendo revoluções agora. no oriente médio, onde havia repressão e ditaduras políticas e culturais. piores que as do mundo ocidental talvez e melhores do que as do mundo ocidental em alguns casos. será a grande troca cultural que poderá salvar a sociedade? mas ainda haverá o caos de diversas vidas em conjunto, influenciando umas as outras, cada qual com suas vontades opositoras em diversos momentos e sempre com potencial para sumonar a agressividade e turbulência da alma humana. mas ainda assim, talvez seja um mundo melhor onde haverá mais recursos, e o governo ou sociedade poderá oferecer mais ajuda (não necessariamente material) aos que precisam. a humanidade precisa ser mais sincera consigo mesma e saber que do outro lado dos olhos de outrem há alguem que tem capacidade de sentir o mesmo que você.
06 fevereiro, 2011
Verdadeiro
Como se eu tivesse me livrado da sombra de mim mesmo. Creio ter ressurgido do fosso em que tinha me metido dentro de mim.
Hah! A quanto tempo não via tal animação em mim. Tanto que como uma emoção forte, como uma paixão bem sucedida, uma conquista obtida, eu precisava anunciar ao mundo meu sucesso. Até vim a este blog, que eu tinha deixado pra trás, por motivos confusos. Acho que estou voltando à minha antiga forma. Com uma energia típica da juventude de alma. Mas vou tentar ainda assim conservar aquela cautela, o registro de meus antigos pensamentos, que me afundaram em mim mesmo. Era uma cautela excessiva. Vou tentar equilibrar esse ímpeto com essa cautela. Mas vou tentar manter esse não equilíbrio perfeito. Ainda quero que essa animação tenha uma parte majoritária em mim. Que por vezes me fez arriscar e ainda me fará no futuro. Que me faz ir em frente e ter esperanças no quê ainda não sei o resultado. Essa animação que o Diogo Pellegrina tem de sobra e me fazia ficar exausto por vezes, e pensar "como diabos ele é tão animado com isso?!". Talvez eu ainda consiga a forma mental para me aproximar dessa capacidade aparentemente incansável de buscar e explorar que a Marina Salles, ou o Tássio Naia têm, de ir desbravando o mundo emocional que existe em sí mesmos, e até mesmo, quando quiserem, tentar domá-lo. Vou ir galgando, tentando alcançar as coisas que admiro em outros. Como eu fazia antes. Para ser uma pessoa mais digna de mim mesmo.
Fazia antigamente como os índios e sua antropofagia. Comia, agregava a sí mesmos os corpos de guerreiros combatidos e mortos, na tentativa de agregar a sí mesmos as características louváveis que os outros guerreiros tinham. Com uma humildade de saber que não nasceu perfeito, vão tentando agregar/aprender as características, para ir se construindo. Não a sorte ou sabedoria de nascer com todos os atributos louváveis. Não existe tal coisa no mundo real. Todos nascem com capacidades e defeitos. O que torna um homem louvável é o seu futuro. Não se ele era um tolo, mas sim o esforço e a glória de sua conquista ao se tornar alguem sábio e ser diferente de seu passado.
Em minha infância, como eu não tinha mínima idéia de como era a sociedade, fui desenvolvendo as habilidades que me davam prazer, não as que eu admirava e achava necessárias. Eu aprendi o mínimo de coordenação da minha mão porquê eu gostava de desenhar os bonequinhos da televisão. Depois comecei a ver outros desenhos e técnicas, e aí passei a admirar os desenhos. Foi quando eu decidi largar a posição que eu tinha, como desenhista, vamos chamar de ranking C, para me esforçar e aprender a desenhar melhor, como eu admirava nos desenhos dos outros. Tentando chegar a capacidade onde outros se situavam, de desenhista de ranking B, e depois A. E ainda, mesmo tentando obter aquilo que os outros aprenderam naturalmente, na infância, quero tentar criar algo. Não me limitar aos postos e rankings que os outros fundaram. Ser individual. E porquê tudo isso? Para eu não mais levar a vida mediocre e triste que estava levando. Uma vida mediocre é terrível. Não sente mais o prazer da descoberta. Somente segue pela trilha que outros fizeram pra você. Você não se sente mais um indivíduo. Uma mera cópia de outros. De tal modo se sentindo uma mera cópia de outros você não sente a emoção genuína de você. Uma emoção virgem. Nascida de sí, sem influencia de outros.
Hah! A quanto tempo não via tal animação em mim. Tanto que como uma emoção forte, como uma paixão bem sucedida, uma conquista obtida, eu precisava anunciar ao mundo meu sucesso. Até vim a este blog, que eu tinha deixado pra trás, por motivos confusos. Acho que estou voltando à minha antiga forma. Com uma energia típica da juventude de alma. Mas vou tentar ainda assim conservar aquela cautela, o registro de meus antigos pensamentos, que me afundaram em mim mesmo. Era uma cautela excessiva. Vou tentar equilibrar esse ímpeto com essa cautela. Mas vou tentar manter esse não equilíbrio perfeito. Ainda quero que essa animação tenha uma parte majoritária em mim. Que por vezes me fez arriscar e ainda me fará no futuro. Que me faz ir em frente e ter esperanças no quê ainda não sei o resultado. Essa animação que o Diogo Pellegrina tem de sobra e me fazia ficar exausto por vezes, e pensar "como diabos ele é tão animado com isso?!". Talvez eu ainda consiga a forma mental para me aproximar dessa capacidade aparentemente incansável de buscar e explorar que a Marina Salles, ou o Tássio Naia têm, de ir desbravando o mundo emocional que existe em sí mesmos, e até mesmo, quando quiserem, tentar domá-lo. Vou ir galgando, tentando alcançar as coisas que admiro em outros. Como eu fazia antes. Para ser uma pessoa mais digna de mim mesmo.
Fazia antigamente como os índios e sua antropofagia. Comia, agregava a sí mesmos os corpos de guerreiros combatidos e mortos, na tentativa de agregar a sí mesmos as características louváveis que os outros guerreiros tinham. Com uma humildade de saber que não nasceu perfeito, vão tentando agregar/aprender as características, para ir se construindo. Não a sorte ou sabedoria de nascer com todos os atributos louváveis. Não existe tal coisa no mundo real. Todos nascem com capacidades e defeitos. O que torna um homem louvável é o seu futuro. Não se ele era um tolo, mas sim o esforço e a glória de sua conquista ao se tornar alguem sábio e ser diferente de seu passado.
Em minha infância, como eu não tinha mínima idéia de como era a sociedade, fui desenvolvendo as habilidades que me davam prazer, não as que eu admirava e achava necessárias. Eu aprendi o mínimo de coordenação da minha mão porquê eu gostava de desenhar os bonequinhos da televisão. Depois comecei a ver outros desenhos e técnicas, e aí passei a admirar os desenhos. Foi quando eu decidi largar a posição que eu tinha, como desenhista, vamos chamar de ranking C, para me esforçar e aprender a desenhar melhor, como eu admirava nos desenhos dos outros. Tentando chegar a capacidade onde outros se situavam, de desenhista de ranking B, e depois A. E ainda, mesmo tentando obter aquilo que os outros aprenderam naturalmente, na infância, quero tentar criar algo. Não me limitar aos postos e rankings que os outros fundaram. Ser individual. E porquê tudo isso? Para eu não mais levar a vida mediocre e triste que estava levando. Uma vida mediocre é terrível. Não sente mais o prazer da descoberta. Somente segue pela trilha que outros fizeram pra você. Você não se sente mais um indivíduo. Uma mera cópia de outros. De tal modo se sentindo uma mera cópia de outros você não sente a emoção genuína de você. Uma emoção virgem. Nascida de sí, sem influencia de outros.
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