06 fevereiro, 2011

Verdadeiro

Como se eu tivesse me livrado da sombra de mim mesmo. Creio ter ressurgido do fosso em que tinha me metido dentro de mim.
Hah! A quanto tempo não via tal animação em mim. Tanto que como uma emoção forte, como uma paixão bem sucedida, uma conquista obtida, eu precisava anunciar ao mundo meu sucesso. Até vim a este blog, que eu tinha deixado pra trás, por motivos confusos. Acho que estou voltando à minha antiga forma. Com uma energia típica da juventude de alma. Mas vou tentar ainda assim conservar aquela cautela, o registro de meus antigos pensamentos, que me afundaram em mim mesmo. Era uma cautela excessiva. Vou tentar equilibrar esse ímpeto com essa cautela. Mas vou tentar manter esse não equilíbrio perfeito. Ainda quero que essa animação tenha uma parte majoritária em mim. Que por vezes me fez arriscar e ainda me fará no futuro. Que me faz ir em frente e ter esperanças no quê ainda não sei o resultado. Essa animação que o Diogo Pellegrina tem de sobra e me fazia ficar exausto por vezes, e pensar "como diabos ele é tão animado com isso?!". Talvez eu ainda consiga a forma mental para me aproximar dessa capacidade aparentemente incansável de buscar e explorar que a Marina Salles, ou o Tássio Naia têm, de ir desbravando o mundo emocional que existe em sí mesmos, e até mesmo, quando quiserem, tentar domá-lo. Vou ir galgando, tentando alcançar as coisas que admiro em outros. Como eu fazia antes. Para ser uma pessoa mais digna de mim mesmo.
Fazia antigamente como os índios e sua antropofagia. Comia, agregava a sí mesmos os corpos de guerreiros combatidos e mortos, na tentativa de agregar a sí mesmos as características louváveis que os outros guerreiros tinham. Com uma humildade de saber que não nasceu perfeito, vão tentando agregar/aprender as características, para ir se construindo. Não a sorte ou sabedoria de nascer com todos os atributos louváveis. Não existe tal coisa no mundo real. Todos nascem com capacidades e defeitos. O que torna um homem louvável é o seu futuro. Não se ele era um tolo, mas sim o esforço e a glória de sua conquista ao se tornar alguem sábio e ser diferente de seu passado.
Em minha infância, como eu não tinha mínima idéia de como era a sociedade, fui desenvolvendo as habilidades que me davam prazer, não as que eu admirava e achava necessárias. Eu aprendi o mínimo de coordenação da minha mão porquê eu gostava de desenhar os bonequinhos da televisão. Depois comecei a ver outros desenhos e técnicas, e aí passei a admirar os desenhos. Foi quando eu decidi largar a posição que eu tinha, como desenhista, vamos chamar de ranking C, para me esforçar e aprender a desenhar melhor, como eu admirava nos desenhos dos outros. Tentando chegar a capacidade onde outros se situavam, de desenhista de ranking B, e depois A. E ainda, mesmo tentando obter aquilo que os outros aprenderam naturalmente, na infância, quero tentar criar algo. Não me limitar aos postos e rankings que os outros fundaram. Ser individual. E porquê tudo isso? Para eu não mais levar a vida mediocre e triste que estava levando. Uma vida mediocre é terrível. Não sente mais o prazer da descoberta. Somente segue pela trilha que outros fizeram pra você. Você não se sente mais um indivíduo. Uma mera cópia de outros. De tal modo se sentindo uma mera cópia de outros você não sente a emoção genuína de você. Uma emoção virgem. Nascida de sí, sem influencia de outros.