22 abril, 2011

Conversa de sexta a noite

é então. eu vi um bar de strip, mas estava sem dinheiro, então não
pude entrar. depois vi duas inaugurações de lojas que eram meio que
baladas e etc. parecia interessante, mas eu estava vestido como
mulambento.

uhauhauhauh

depois tinha uma rua CHEIA de mendigos e uns carinhas jogando baralho
numa viela putamente escura. só tinha eles lá e uma coca

eita, cara... que aventura de doido. você vagou a noite toda vendo as
entranhas da cidade?

nem. foi só das 11 até as 2.
porquê eu dei uma corrida e como tava de havaianas criou bolhas...

vixi! correu por que quis ou por que precisou?

ah, foi porquê quis
nem rolou nada. realmente tava vestido como mulambento. tava usando
uma camisa meio rasgado quando saí e só tava de celular.

hmm
ainda bem. mas parece que foi bacana. eu teria ficado irritado e com
medo de fazer isso à toa

foi bem bacana. você sente coisas diferentes nesses horários saindo
por tais locais sozinho de madrugada.
você se sente mais um marginal da sociedade. quase um animal.

hehehe

o juan me passou um dia isto
http://papodehomem.com.br/clube-da-luta-voce-nao-e-especial/

fight club é foda

esse site parece legal
estou lindo uns bagalhos dele
lendo
diabos, o 'i' nem fica perto do 'e'

uhauhauhauh

ei, flipp, vou sair, k? vou ler um livro.
tchau

t+

11 abril, 2011

mediocridade. comunidade.

ser mediocre ou não ser, eis a qüestão

06 abril, 2011

aula de boxe

isto pensei hoje durante a aula de boxe:

" meus músculos estão aumentando. não gosto deles.
cultivo um pouco eles pelas artes marciais.
e pela guria lá, que adorava músculos. (obs. do narrador: podem chamar de coisa tola a se fazer. construir algo por outra pessoa, por uma paixãozinha. ok, não era só pela outra pessoa. acontece que sempre gostei de artes marciais. mas ultimamente perdi a gana, o divertimento por aprender a controlar meu corpo.)

...

gostava dela. uma das poucas de quem realmente gostei.

duas nas minhas contas atuais, acho. deixa eu pensar.

...

agora fui abandonado por ela. na verdade afastei-a. sei lá.

os músculos agora só servem para eu descarregar a minha insatisfação com o resto das coisas.

não mais para tentar satisfazer quem queria satisfazer.

agora estou apenas para construir minha habilidade de destruição. sem querer. não é mais por outro motivo. como antes.

não gosto de destruir as coisas. principalmente agora que destruí o que me era maior fonte de felicidade no momento (apesar dos momentos de confusão horríveis).

agora, com uma graduação que não é mais caminho para meu antigo sonho (ainda é, mas perdi o sonho).

com um escritório no qual eu me deprimia terrivelmente.
vendo na tela do computador eu 50 anos mais velho fazendo os mesmos serviços, sem tocar em minhas vontades e sonhos.

...

o aumento de meus músculos representa coisas.
minha infantilidade em adorar técnicas marciais quando era pequeno.
agora o uso deles para expressar meu rancor. com a realidade, que imagino e que recebo.

é só a tentativa de destruição de minha insatisfação. não há esperanças em meus socos agora.
tento, apesar de saber imaginária, a destruição da esperança.

estou me desgarrando de meus sonhos. antes queria ajudar em alguma coisa. agora quero apenas meu quilhão de prazer. "


isto descrito pensei em meio a cada ofegação. de quê me adiantava ali no meio?


porquê tenho lembrado a música Behind Blue Eyes?

não culpo ela. meu rancor se dirige a um resto da humanidade. não contei mentiras, somente ocultei verdades por muito tempo. e não tenho belos olhos azuis.

sou muito pra mim, sou nada pro resto, sou eu mesmo na verdade apenas. alguem que não é especial a ninguém, quando todos me ensinaram a querer ser especial. queria ser especial para o mundo. se não é possível, quero então ser especial a alguem. por anos tentei combater tal vontade, dizendo para mim mesmo "as pessoas não precisam saber o que fiz ou faço. só deve importar a mim mesmo. minha existência só deve importar a mim mesmo. não precisarei da aprovação de outros, mas só da minha consciência".
mas a vontade é forte. não é para ser importante no entanto a qualquer um. deverei ser o mais importante para a pessoa que colocarei no centro do universo.

não quero que minha existência seja apenas mais uma dentre todo o número de existências. de quê vale minha existência, se vivo para construir coisas e desenvolver na sociedade? deveria viver o presente, sem me preocupar em desenvolver. no meio da floresta, sozinho, sem a cobrança de outros, se é pra não ser especial em meio a essas cobranças. somente mais um tijolo.