09 novembro, 2008

basicamente tava lá eu lendo "mochileiro das galáxias" quando umas lembranças voltam a tona sem querer. eu me lembrei de uma época em que estava apaixonado. até que era gostoso, porque eu tinha de ficar no hospital cuidando de um parente, então umas muitas vezes eu tinha nada pra fazer. e uma das melhores coisas a se fazer quando não se tem nada a fazer realmente (nem mesmo pensar na vida) é estar apaixonado. você fica meio idiota e começa a olhar pra vida de um jeito meio bizarro e gostosim.
então lá ficava eu pensando na muchacha e ouvindo música enquanto alguem num outro quarto tinha uma hemorragia, ou uma parada cardíaca. as enfermeiras correndo era pra mim como gente correndo no campo pra abraçarem seus amados.
tinha até flores no hospital para parecer que tava todo mundo apaixonado, e que portanto o mundo tinha uma razão de ser, e essa razão era uma pessoa aleatória pra cada um, e então, porque será que as pessoas faziam guerras e etc. eu poderia ter caído num vórtice de pensamentos hippies, de "faça amor, não faça guerra", mas eu não caí. tava ocupado demais escutando músicas pop dos anos 70 (provavelmente eram de bandas britânicas com um nome começado por "the " e terminado por um animal) que falava sobre um casalsinho freqüentemente deitado na grama vendo estrelas.

bem, continuando, eu lembrei de como era estar apaixonado e deitado num quarto de hospital ouvindo músicas popes românticas. e era confortável. não havia problemas.

mas é claro que eu só me senti confortável porque eu tenho umas coisas a fazer, e a mais urgente é muito chata, o que portanto me faz ter uma vontade incrível de esquecer essa tarefa mais imediata e ter nada pra fazer. o que implica em paixonite parecer razoável.

em um outro dia em que eu tiver ambições mais razoáveis e perspicazes obviamente l'amour não vai parecer nada razoável. e irá parecer mais uma terrível besteira de novelas brasileiras. paixão basicamente não tem fim, e nem tem objetivo. tudo ótimo eu ficar meio drogado em anfetaminas, mas dispenso. prefiro mais aventuras e mais ambições. mais pensamentos interessantes, sabeis?

mas ainda bem que não preciso me preocupar em não me apaixonar. é claro que conheço gente que tem potencial grande pr'eu me apaixonar, mas eu estou bem deste jeito, mas prefiro não m'apaixonar agora que tenho mais coisas pra fazer do que ficar idiota. e simplesmente não me apaixono.

anexos: você sabe que você deixou de ser um nerd que entrava muito na internet quando você recebe um destes informativos do orkut "Sorte de hoje: Seu destino mudou completamente hoje";

outra mensagem que ainda não entendi todo o potencial filosófico é "Sorte de hoje: Hoje você vai ver um biscoito da sorte que nunca viu antes "

3 comentários:

  1. eu também não, mas achei o máximo ter essas opções.

    ResponderExcluir
  2. acho que minhas reações seriam

    1. metade gostei metade não entendi lhufas

    2. esse assunto não me interessa absolutamente

    3. oh! pensei várias coisas a respeito deste texto!

    ResponderExcluir