27 janeiro, 2010

palavrões

imaginei que o último post ficaria parecido com os conteúdos do La Cantadora. estou pensando em algum jeito para reverter a nossa situação mental, marina. devia ter pensado nisso antes. não tinha percebido isso em mim antes. na verdade porque eu estava ocupado com outras qüestões mais urgentes.

estava latente em mim a vontade de desistir.
hipóteses de como reverter esse desejo de desistência: talvez ler um daqueles livros de auto-ajuda, em que eles dizem coisas sobre como é legal ser épico. talvez eu precise de cheerleaders.

falando em desistir, sempre outros humanos conseguem nos frustrar, ou nos deixar completamente desesperados, com raiva, e por aí vai. devido a essas pessoas eu gostaria de colocar mais um item na lista de direitos humanos. o direito de poder mandar alguem 'se fuder', sem eu correr risco de represálias. é urgente como a gente sente essa vontade de expressão na hora de emoções fortes. queria saber como as pessoas suportam não falar isso. será que suportam do mesmo jeito que eu? ou serão mais eficazes? uma parábola boa para o sentimento de vontade de mandar alguem ir se fuder é o de um vulcão entrando em erupção. vem de baixo em mim um calor, que vai subindo. eu tenho que me segurar. se esse calor ultrapassar o limite do meu pescoço e chegar a minha testa eu não consigo mais me segurar e mando a pessoa ir se fuder. eu digo outras coisas além disso, do gênero 'odeio te', 'você é um filho da puta', etc.

um palavrão que eu gosto de usar é 'filho da puta'. no caso esse palavrão sempre foi meio que um tabu para as pessoas ao meu redor. então eu cresci com a idéia de que você só fala que alguem é filho da puta se você odeia a pessoa realmente. com esse palavrão eu não quero atingir a mãe da pessoa (apesar de as palavras quererem dizer isso). eu quero ofender apenas a pessoa. eu uso essa frase ('você/fulano é um filho da puta') como se fosse um grito que siginifca que você é um desgraçado. não vinculo o significado dessa frase ao sentido de que sua mãe é uma prostituta. simplesmente quero atingir a pessoa.
para mim essa frase que mais libera energia em mim. mas ainda não é suficiente. se eu odeio a pessoa eu tenho vontade de repetir muitas vezes que ela é uma filha da puta, ou que ela deveria ir se fuder.
mas ainda falta uma frase, magnânima, que mostre o quanto que eu odeio a pessoa.

eu lembro que uma professora de portugues minha disse em sala de aula que uma das palavras que ela mais gostava era "bunda". ela disse que gostava, pois você enche a boca para dize-la. é como se você a enchesse e liberasse pela palavra. funciona o mesmo comigo para 'filho da puta'. libero energia calorífica nessa frase. todo o calor que me vinha subindo pelo corpo é como se eu liberasse pela boca ao proferir tal coisa.

pois bem, é uma frase magnânima que ainda falta. uma que faça eu liberar toda a energia e todo sentimento de ódio se esvazie, com o sentimento de que eu xinguei aquela pessoa totalmente. que tudo o que fosse possível fazer para xingá-la eu tivesse feito, ao proferir tal frase.
a frase que faria esvaziar meu ódio, raiva. deveria haver outra ainda para o ressentimento. outra ainda para o sentimento de fracasso.

estou pensando em criar tais frases.

quantas coisas eu gostaria de dizer neste blog. mas aí seria pessoal demais. não me lembro a última vez que fui buscar apoio em amigos. acho que nunca fiz isso...não de ligar para uma pessoa e dizer "preciso de sua ajuda". mas agora noto como amigos são necessários nessas situações.

7 comentários:

  1. Sentir raiva é normal, mas a forma que exteriorizamos isso, nem sempre é a correta e ainda nos deixa um acompanhante: o sentimento de culpa. Nem tudo sai como planejamos, as pessoas não correspondem às nossas expectativas... isso é a vida! Paciência é a chave de tudo. Em vez de vc tentar liberar sua energia do modo que faz, tenta se recolher, se isolar e espera passar... acho que é a melhor forma de não cometer injustiças e sentir-se melhor consigo mesmo.

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  2. não acho que ser passivo é uma coisa boa, como disse o ser humano acima. porém, um pouco de consciência de atitudes as vezes cai bem. controle é a chave: parar pra pensar na maneira mais eficiente de alcansar o objetivo, sem pensar que simplesmente chigar ou bater mostraria para a pessoa os seus sentimentos. Diálogo é a chave. já disse isso ontem, e reitero hoje: diálogo, conversa e paciÊncia, como disse a Helena. Mas nada de ficar passivo e esperar a raiva passar. apenas canalize essa energia em coisas boas (maneiras de dialogar), ao invés de coisas ruins (gritos e assassinatos)

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  3. meu irmão tem uma teoria de que o último palavrão que restou é "buceta". Quando ele está realmente bravo é isso que ele fala, mas puxando mais para algo como "bosseta".

    Meu pai quando está realmente bravo grita "cu da mãe". Há situações em que ele grita isso umas 10 vezes seguidas. Meu pai se irrita muito fácil.
    Não lembro que me disse que meu falecido avô (que não cheguei a conhecer) gritava "cristo maledeto" (em italiano mesmo) quando estava muito bravo. Isso porque ele era ateu convicto.

    Eu não sou muito de gritar quando estou bravo. na verdade grito muito raramente, não sei porque. Acho que sou mais parecido com você, fico guardando meu ódio comigo. Não sei se você faz isso também, mas eu fico pensando em vinganças que eu sei que nunca vou realizar.
    Por uma lado é bom, porque eu não fujo do controle nem faço coisas das quais me arrependeria depois. Mas, por outro lado, é ruim para mim. Não sei, acaba acabando comigo por dentro.

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  4. ps: essa tal de helena (desconheço) é escritora de livros de auto-ajuda por acaso?

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  5. Claro que não sou escritora de livros de auto-ajuda. Na verdade, nunca li nenhum até hj.Talvez cada um deva reagir da forma que acha melhor... mas acredito que a raiva nos cega, e muitas vezes (na maioria, aliás) acabamos por ser injustos. Eu não tenho sangue de barata, só acho que algumas coisas não adiantam nada. Só isso. Um exemplo é o emprego... se eu sair berrando e xingando todo mundo, a única coisa é que irá me acontecer, é uma úlcera enorme. Isso é questão de treino, entende? Passar por cima da situação (e com classe, ainda por cima) é o que funciona para mim. Só quis compartilhar a minha opinião. Mas é claro que posso estar errada.

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  6. Oh helena, não se sinta ofendida! É que deu a impressão de que a situação deve se deixar levar, e que ele deve aceitá-la. Bem, não creio que essa seja uma boa saída, tirando é claro, quando é o emprego. O patrão é diferente do resto da sociedade. Ele grita com você, seus colegas te zoam, e tudo que deve fazer é ficar quieto, se é que quer continuar o emprego (não atoa, eu odeio o mundo empresarial). Mas no resto do universo, ficar quieto nunca é uma boa saída, apesar de que gritar e xingar também não é a melhor saída. Às vezes funciona, libera energia e tal... mas acho que um pouco de consciência é bom. maneiras de canalizar a energia, como socar a parede, funciona, mas ligar pra um amigo funciona melhor.

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  7. Oi, Bruno.
    Na realidade, nem me lembro como cheguei por aqui, mas deve ter sido sem querer mesmo. Sigo diversos blogs sim, pq adoro ler, mas procuro sempre manter contato, nem que seja para emitir opiniões idiotas, de vez em quando(ou sempre! tanto faz...)
    E não se engane com a cor do meu blog, não. O rosa sempre está relacionado à ternura, à delicadeza, e não à infantilidade.
    Seja bem vindo e volte quando quiser.
    Bjão.

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