18 agosto, 2010

sobre meu passado e meu presente

um amigo meu perguntou porque eu sou do jeito que sou. do tipo que aparentemente não liga pros outros. não tem ligação afetiva. expliquei. aí trechos:

"poxa. não sabia que eu parecia um andróide. eu realmente não sei expressar sentimentos muito bem. *bip*
eu não sei dizer essas coisas...

talvez venha de minha infância.
quer que eu faça um flashback da minha infância, ou você não curte? te dá enjoo?

ok. na minha escola eu tinha a minha ganguezinha de amigos. eram eu e meu melhor amigo, líderezinhos da gangue. aí na quinta série o meu melhor amigo começou a virar o cara bacana. ele ficou pop. eu...continuei nerd criança. eu não ligava tanto pra fazer sucesso na classe. só me importava de me divertir com o que me divertia na quarta série.
meu amigo começou a ligar bastante pro papel de cara pop. começou a fazer o papel de maneiro. isso distanciou eu e ele. o resto da ganguezinha seguiu o caminho dele e quis fazer sucesso tambem. aí começou a época de zoação = pop. meu amigo não me zoava, mas os seguidores dele começaram a me zoar.
só tinha mais um cara que era zoado por lá. ele era mais ou menos legal. mas basicamente da 5 até 8 série eu era um estranho no ninho de gente que queria ser pop. bem, tudo bem. foi um sofrimento. uma época em que eu fiquei levemente deprimido e não tinha amigos na escola. os amigos de fora eu encontrava com pequena freq.
então aquele meu melhor amigo tinha se distanciado e começou a me zoar tambem, no último ano, apesar de não tanto quanto os outros caras pops e manos faziam. eu acho que sempre fui ligado a amigos. machucou um bocado conscientizar-me que perdi o amigo. foi quando comecei a criar umas idéias de que era melhor ser alguem que sabe se sustentar sozinho, e não precisa de outros. que se basta.
aí mudei de colégio, fiz um amigo maluco, que é basicamente o meu mentor que me mostrou a zoar por aí e me divertir sem ligar pros outros. fiz uns outros amigos intelectualóides. eu e eles não ficávamos fazendo as coisas básicas por aí. eramos meio alternativos.
foi quando voltei da minha reclusão afetiva e voltei a ter a idéia de aceitar que meu afeto se aproximasse de alguem.

mas acho que o modo de agir socialmente com relação ao "eu me basto" ainda perdura no meu eu atual.
apesar de eu não pensar mais assim atualmente.
mas sabe, foi basicamente assim que começou o meu período de adolescência. é difícil se livrar de um hábito quando você começa a ficar mais adultinho."

2 comentários:

  1. Eu tenho a impressão que só você se acha do tipo que não faz ligações fetivas, você e outras pessoas que não te conhecem direito. (sim, isso te põe no grupo das pessoas que não te conhecem)

    Ou então estou muito enganado e vc não tem ligações afetivas com um monte de gente que eu acho que vc tem.

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  2. a parte em que falo que hoje em dia eu ligo muito pros meus amigos (muitas vezes a ponto de me prejudicar) não transcrevi.

    mas em tempo, hoje dou muito valor a meus amigos.

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