um amigo meu perguntou porque eu sou do jeito que sou. do tipo que aparentemente não liga pros outros. não tem ligação afetiva. expliquei. aí trechos:
"poxa. não sabia que eu parecia um andróide. eu realmente não sei expressar sentimentos muito bem. *bip*
eu não sei dizer essas coisas...
talvez venha de minha infância.
quer que eu faça um flashback da minha infância, ou você não curte? te dá enjoo?
ok. na minha escola eu tinha a minha ganguezinha de amigos. eram eu e meu melhor amigo, líderezinhos da gangue. aí na quinta série o meu melhor amigo começou a virar o cara bacana. ele ficou pop. eu...continuei nerd criança. eu não ligava tanto pra fazer sucesso na classe. só me importava de me divertir com o que me divertia na quarta série.
meu amigo começou a ligar bastante pro papel de cara pop. começou a fazer o papel de maneiro. isso distanciou eu e ele. o resto da ganguezinha seguiu o caminho dele e quis fazer sucesso tambem. aí começou a época de zoação = pop. meu amigo não me zoava, mas os seguidores dele começaram a me zoar.
só tinha mais um cara que era zoado por lá. ele era mais ou menos legal. mas basicamente da 5 até 8 série eu era um estranho no ninho de gente que queria ser pop. bem, tudo bem. foi um sofrimento. uma época em que eu fiquei levemente deprimido e não tinha amigos na escola. os amigos de fora eu encontrava com pequena freq.
então aquele meu melhor amigo tinha se distanciado e começou a me zoar tambem, no último ano, apesar de não tanto quanto os outros caras pops e manos faziam. eu acho que sempre fui ligado a amigos. machucou um bocado conscientizar-me que perdi o amigo. foi quando comecei a criar umas idéias de que era melhor ser alguem que sabe se sustentar sozinho, e não precisa de outros. que se basta.
aí mudei de colégio, fiz um amigo maluco, que é basicamente o meu mentor que me mostrou a zoar por aí e me divertir sem ligar pros outros. fiz uns outros amigos intelectualóides. eu e eles não ficávamos fazendo as coisas básicas por aí. eramos meio alternativos.
foi quando voltei da minha reclusão afetiva e voltei a ter a idéia de aceitar que meu afeto se aproximasse de alguem.
mas acho que o modo de agir socialmente com relação ao "eu me basto" ainda perdura no meu eu atual.
apesar de eu não pensar mais assim atualmente.
mas sabe, foi basicamente assim que começou o meu período de adolescência. é difícil se livrar de um hábito quando você começa a ficar mais adultinho."
18 agosto, 2010
hoje (ou sonho)
hoje eu tive um sonho incrível. descobri um lado incrível dos sonhos. se você crê no que você sonha é como se fosse um teatro, e você como ator acreditasse em seu papel. é muito mais do que imaginar uma situação.
ao imaginar você acha que vai agir de modo a. no entanto a vivência não é algo imaginável. esqueça. por mais que você tente imaginar, nunca se aproximará da experiência real. a emoção da realidade deturpa toda a sua imaginação que seria como você agiria se não houvesse elementos externos interferindo em suas análises internas.
ao sonho.
sonhei que as minhas pernas não tinham forças. eu conseguia me manter de pé sofregamente. basicamente não tinha pernas utilizáveis. andava com muito esforço, arrastando a carne dos músculos flácidos das pernas.
era um pesadelo que eu dizia "só pode ser um sonho! eu vou acordar!". mas sabia que não era um sonho.
era desesperador para mim. as lembranças esparsas da minha vida real iam se mostrando passado e inatingíveis de re-ocorrerem. a realidade agora parecia fragmentada, visualmente falando. não era contínua. eu me esquecia da realidade por um tempo, pra fugir dela, e quando me dava conta estava acontecendo outra coisa diferente do momento passado. eram frames e eu só assistia.
o ambiente tinha uma cor pastel, tendendo a preto-e-branco. só algumas colorações de "azul de hospitais".
então eu tentei me lembrar porquê minhas pernas ficaram naquele estado. tentei ligar os fatos.
eu não me recordava. o máximo que me recordava era quando já tinhas as pernas assim.
perguntei a minha mãe, quando foi que minhas pernas ficaram assim. ela não sabia o que responder. e não respondeu. repeti a pergunta mais vezes, ela não respondeu.
então era angustiante eu não saber porquê eu fiquei daquele jeito. porquê me foi infligida tal privação. eu esperava que eu tivesse feito algo, e devido à mim mesmo ocasionei aquilo as minhas pernas. eu seria o culpado e a vítima. seria justo pelo meu ato. haveria uma lógica de porquê fui castigado.
mas não havia ato. simples assim. não havia um motivo para aquele estado. de privação, de desespero, de exclusão.
era como se eu tivesse nascido com aquilo. não havia justiça. foi simplesmente o "destino" caótico.
só me restava, ou tinha, de me revoltar contra o mundo. com a realidade. não tinha alguêm a quem eu devia mirar minha revolta. era simplesmente contra tudo. era isso a revolta desesperada. odiava até minha mãe, que me protegia, por ela fazer parte construtora dessa realidade, mesmo completamente inocente na arquitetura da realidade.
chorava freqüentemente. gotas de lágrimas transbordando em revolta, de tão palpável que era. era palpável minha revolta devido à força que ela tinha dentro de mim.
então eu acordei na cama do meu quarto. olhei ao redor o meu quarto. mexi as pernas brevemente. pensei "eu consigo me mexer melhor do quê imaginava". aí acordei realmente. olhei de novo o quarto, liguei os pontos e notei que fora um sonho.
estava agitado nessa hora.
algumas horas depois, no banheiro, estava pensando no sonho. pensei qual seria meu próximo passo se continuasse o sonho por muito tempo. imaginei que eu me sentiria excluído da sociedade. não me considerava mais um humano integro, perfeito. (observatión: claro, que não penso nos cadeirantes desse modo; mas seria como eu me veria) iria me distanciar mais e mais das pessoas "normais". teria ódio delas. eu seria um pária.
então eu me decidiria por ser uma nova espécie.
a teoria da evolução diz que a partir de modificações corporais foi possível que alguns animais se adaptassem melhor ao ambiente. chamemos de modificações corporais "aberrações". esses animais modificados tambem são novas espécies. párias que criariam uma nova espécie. uma família a partir do nada.
iria transformar a falta de força nas minhas pernas em algo de quê me aproveitar. colocaria próteses. não haveria o cansaço dos atletas em pernas. nas para-olimpiadas foi constatado que quem tem próteses no lugar das pernas corre mais rápido, ou por mais tempo, não me recordo.
poderia até colocar adições nos meus novos membros. seria como o edward elric em fullmetal alchemist.
me toquei que eu estava passando por algumas 5 fases da dor. na ordem cronológica seria: a negação do fato; raiva; barganha; depressão e por fim aceitação(se você conseguir chegar mentalmente até esta alguns devem estagnar em alguma fase).
foi quando me lembrei, que o reverbel me disse uma vez "num jogo de rpg futurísta apocalíptico e punk seu personagem pode ter próteses. mas ele vai perdendo pontos de humanidade, que é o que define se ele pensa como um ser humano."
eu já estaria me considerando uma nova raça. não me consideraria mais humano. pensaria então diferentemente de um ser humano. me veria livre dos padrões de pensamentos humanos.
lembrei do magneto, num dos 3 filmes de x-men que passou no telecine ou qualquer coisa do gênero. ele queria matar humanos não mutantes, pois considerava mutantes a nova evolução da espécie humana. como xavier e a escola de mutantes conseguiram ter a vontade de proteger os humanos que os excluíram? de onde surgiu tal apreço?
lembrei então de que edward elric e alphonse (fullmetal alchemist) queriam restaurar seus corpos modificados para voltarem a serem humanos. o alphonse tinha o corpo substituído por um de metal. ele era excluído. tinha vida eterna, mas excluído. ser excluído e ninguêm com quem compartilhar algo emocional seria como não ter emoções?
e edward elric? havia outras pessoas com próteses de metal em seu mundo. a prótese de metal servia como um escudo e era muito forte. muito útil onde ele vivia. o quê o motivava a voltar a ter seus membros originais? seria a mesma motivação que eu teria para reaver a força normal de pernas?
me toquei que tinha passado muito tempo em divagações, tentei acordar totalmente, saí do banheiro e fui fazer as compras no supermercado.
ao imaginar você acha que vai agir de modo a. no entanto a vivência não é algo imaginável. esqueça. por mais que você tente imaginar, nunca se aproximará da experiência real. a emoção da realidade deturpa toda a sua imaginação que seria como você agiria se não houvesse elementos externos interferindo em suas análises internas.
ao sonho.
sonhei que as minhas pernas não tinham forças. eu conseguia me manter de pé sofregamente. basicamente não tinha pernas utilizáveis. andava com muito esforço, arrastando a carne dos músculos flácidos das pernas.
era um pesadelo que eu dizia "só pode ser um sonho! eu vou acordar!". mas sabia que não era um sonho.
era desesperador para mim. as lembranças esparsas da minha vida real iam se mostrando passado e inatingíveis de re-ocorrerem. a realidade agora parecia fragmentada, visualmente falando. não era contínua. eu me esquecia da realidade por um tempo, pra fugir dela, e quando me dava conta estava acontecendo outra coisa diferente do momento passado. eram frames e eu só assistia.
o ambiente tinha uma cor pastel, tendendo a preto-e-branco. só algumas colorações de "azul de hospitais".
então eu tentei me lembrar porquê minhas pernas ficaram naquele estado. tentei ligar os fatos.
eu não me recordava. o máximo que me recordava era quando já tinhas as pernas assim.
perguntei a minha mãe, quando foi que minhas pernas ficaram assim. ela não sabia o que responder. e não respondeu. repeti a pergunta mais vezes, ela não respondeu.
então era angustiante eu não saber porquê eu fiquei daquele jeito. porquê me foi infligida tal privação. eu esperava que eu tivesse feito algo, e devido à mim mesmo ocasionei aquilo as minhas pernas. eu seria o culpado e a vítima. seria justo pelo meu ato. haveria uma lógica de porquê fui castigado.
mas não havia ato. simples assim. não havia um motivo para aquele estado. de privação, de desespero, de exclusão.
era como se eu tivesse nascido com aquilo. não havia justiça. foi simplesmente o "destino" caótico.
só me restava, ou tinha, de me revoltar contra o mundo. com a realidade. não tinha alguêm a quem eu devia mirar minha revolta. era simplesmente contra tudo. era isso a revolta desesperada. odiava até minha mãe, que me protegia, por ela fazer parte construtora dessa realidade, mesmo completamente inocente na arquitetura da realidade.
chorava freqüentemente. gotas de lágrimas transbordando em revolta, de tão palpável que era. era palpável minha revolta devido à força que ela tinha dentro de mim.
então eu acordei na cama do meu quarto. olhei ao redor o meu quarto. mexi as pernas brevemente. pensei "eu consigo me mexer melhor do quê imaginava". aí acordei realmente. olhei de novo o quarto, liguei os pontos e notei que fora um sonho.
estava agitado nessa hora.
algumas horas depois, no banheiro, estava pensando no sonho. pensei qual seria meu próximo passo se continuasse o sonho por muito tempo. imaginei que eu me sentiria excluído da sociedade. não me considerava mais um humano integro, perfeito. (observatión: claro, que não penso nos cadeirantes desse modo; mas seria como eu me veria) iria me distanciar mais e mais das pessoas "normais". teria ódio delas. eu seria um pária.
então eu me decidiria por ser uma nova espécie.
a teoria da evolução diz que a partir de modificações corporais foi possível que alguns animais se adaptassem melhor ao ambiente. chamemos de modificações corporais "aberrações". esses animais modificados tambem são novas espécies. párias que criariam uma nova espécie. uma família a partir do nada.
iria transformar a falta de força nas minhas pernas em algo de quê me aproveitar. colocaria próteses. não haveria o cansaço dos atletas em pernas. nas para-olimpiadas foi constatado que quem tem próteses no lugar das pernas corre mais rápido, ou por mais tempo, não me recordo.
poderia até colocar adições nos meus novos membros. seria como o edward elric em fullmetal alchemist.
me toquei que eu estava passando por algumas 5 fases da dor. na ordem cronológica seria: a negação do fato; raiva; barganha; depressão e por fim aceitação(se você conseguir chegar mentalmente até esta alguns devem estagnar em alguma fase).
foi quando me lembrei, que o reverbel me disse uma vez "num jogo de rpg futurísta apocalíptico e punk seu personagem pode ter próteses. mas ele vai perdendo pontos de humanidade, que é o que define se ele pensa como um ser humano."
eu já estaria me considerando uma nova raça. não me consideraria mais humano. pensaria então diferentemente de um ser humano. me veria livre dos padrões de pensamentos humanos.
lembrei do magneto, num dos 3 filmes de x-men que passou no telecine ou qualquer coisa do gênero. ele queria matar humanos não mutantes, pois considerava mutantes a nova evolução da espécie humana. como xavier e a escola de mutantes conseguiram ter a vontade de proteger os humanos que os excluíram? de onde surgiu tal apreço?
lembrei então de que edward elric e alphonse (fullmetal alchemist) queriam restaurar seus corpos modificados para voltarem a serem humanos. o alphonse tinha o corpo substituído por um de metal. ele era excluído. tinha vida eterna, mas excluído. ser excluído e ninguêm com quem compartilhar algo emocional seria como não ter emoções?
e edward elric? havia outras pessoas com próteses de metal em seu mundo. a prótese de metal servia como um escudo e era muito forte. muito útil onde ele vivia. o quê o motivava a voltar a ter seus membros originais? seria a mesma motivação que eu teria para reaver a força normal de pernas?
me toquei que tinha passado muito tempo em divagações, tentei acordar totalmente, saí do banheiro e fui fazer as compras no supermercado.
acerca o anterior
Behind Blue Eyes
Por Trás de Olhos tristes
No one knows what it's like, to be the bad manTo be the sad man, behind blue eyes
No one knows what it?s like, to be hated
To be fated, to telling only lies
Ninguém sabe como é, ser o homem mal
Ser o homem triste, por trás de olhos tristes
E ninguém sabe como é, ser odiado,
Ser destinado, a contar só mentiras...
But my dreams they aren't as empty
As my conscience seems to be
I have hours, only lonely
My love is vengeance, that's never free
No one knows what it's like, to feel these feelings
Mas meus sonhos não são tão vazios
Quanto minha consciência parece ser
passo horas, somente sozinho
Meu amor é a vingança que nunca é livre
No one knows what it's like, to feel these feelings
Like I do, and I blame you
No one bites as hard, on their anger
None of my pain or woe, can show through
Ninguém sabe como é, sentir estes sentimentos
Como eu sinto, e a culpa é sua!
Ninguém ferroa tão ferozmente, em sua ira
Nenhuma das minhas aflições ou dores.. podem transparecer
But my dreams, they aren't as empty
As my conscience seems to be
I have hours, only lonely
My love is vengeance, that's never free
Mas meus sonhos não são tão vazios
Quanto minha consciência parece ser
Passo horas, somente sozinho
Meu amor é a vingança que nunca é livre
When my fist clenches, crack it open
Before I use it and loose my cool
When I smile, tell me some bad news
Before I laugh and act like a fool
Quando meus punhos cerrarem, abra-os até quebrar...
Antes que eu os use e perca a calma.
Quando eu sorrir, me dê algumas notícias ruins...
Antes que eu sorria e aja como um tolo.
And if I swallow anything evil
Put your finger down my throat
And if I shiver, please give me your blanket
Keep me warm, let me wear your coat
E se eu beber de algo maligno;
Enfie seu dedo na minha garganta.
E se eu tremer me dê seu cobertor;
Me mantenha aquecido, deixe-me usar seu casaco.
No one knows what it's like, to be the bad man
To be the sad man, behind blue eyes
Ninguém sabe como é, ser o homem mal
Ser o homem triste, por trás de olhos tristes.
09 agosto, 2010
por trás dos olhos
ninguém sabe como é ser o vilão. ou o homem deprimido atrás destes olhos.
e ninguém sabe como é odiar a sí mesmo e ser odiado por sí mesmo. condenado a contar mentiras para os outros, para a sociedade e para o seu consciente pelo resto da vida.
mas almejo não o que é pequeno, como minha consciência parece estar fazendo consigo mesma. tenho um tempo limitado.
mas sempre solitário.
minha aspiração atual, que me faz sobreviver, mas não viver, é a vingança. que nunca é sem motivo.
ninguém sabe como é ser você próprio, como eu faço. e a isso eu culpo vocês.
ninguém se machuca tão forte em sua raiva. nada da minha dor ou desgraça é visível.
quando meus punhos cerrarem, o vazio estará aberto. antes de eu usar o que tenho e perder minha calma.
quando eu sorrir, me diga algumas más notícias. antes que eu ria e aja como um tolo, não vivendo a vida como ela é realmente.
se eu engolir qualquer coisa má coloque seu dedo na minha garganta.
quando eu precisar, me acalente.
ninguém sabe como é ser o vilão. para viver o homem triste atrás destes olhos.
e ninguém sabe como é odiar a sí mesmo e ser odiado por sí mesmo. condenado a contar mentiras para os outros, para a sociedade e para o seu consciente pelo resto da vida.
mas almejo não o que é pequeno, como minha consciência parece estar fazendo consigo mesma. tenho um tempo limitado.
mas sempre solitário.
minha aspiração atual, que me faz sobreviver, mas não viver, é a vingança. que nunca é sem motivo.
ninguém sabe como é ser você próprio, como eu faço. e a isso eu culpo vocês.
ninguém se machuca tão forte em sua raiva. nada da minha dor ou desgraça é visível.
quando meus punhos cerrarem, o vazio estará aberto. antes de eu usar o que tenho e perder minha calma.
quando eu sorrir, me diga algumas más notícias. antes que eu ria e aja como um tolo, não vivendo a vida como ela é realmente.
se eu engolir qualquer coisa má coloque seu dedo na minha garganta.
quando eu precisar, me acalente.
ninguém sabe como é ser o vilão. para viver o homem triste atrás destes olhos.
02 agosto, 2010
arbitrariedades
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