Quebrar: ir a um extremo por acreditar que não tem mais salvação.
Se quebrar: se desesperar e não conseguir mais raciocinar no estado natural.
E ao desesperar se entregar totalmente a um dos dois lados, ou a corrupção, ou a salvação e “purificação”.
O que quebra alguém é a dúvida. O tentar se equilibrar sobre um estado que contrapõe os desejos e exige dedicação e esforço. O seu desejo que contrapõe o seu ideal. A realidade indo contra a idealidade.
Você falhou uma vez, crê que não há mais a delicada pureza. Assim se quebra a incerteza, a dúvida, muitas vezes a esperança, que sempre se equilibra sobre um estado que exige esforço constante para se manter estável.
Se eu quebrasse eu socaria quem quer que fosse. Criança, adulto, mulher ou bandido ou amigos. Bater e bater e bater e bater para acabar minha energia e não conseguir mais manifestar minha raiva.
Iria queimar o mundo devido a minha raiva por não ser o ideal. Criar o meu mundo, onde não dependa de ninguém, e a culpa seja sempre minha. Criar a minha realidade. Virar Alice.
Adeus, pai. Adeus, mãe. Adeus, amigos. Amor, adeus.
Olá, admirável mundo novo...
p.s: O que é a realidade para você? A sua realidade são as sensações e informações que você recebe e interpreta. Então qual a diferença entre realidade que existe mesmo, e uma que você cria? As duas são apenas sua interpretação.
Então, para você, pílula vermelha, ou azul?
24 abril, 2012
18 abril, 2012
Testamento
Encontrei este texto em seu quarto. Estava sobre a escrivaninha. Não tivemos mais conhecimento de seu paradeiro a partir de então. Vi que não levou nada além das próprias roupas do corpo, deixando até mesmo documentos.
Transcrevo a seguir o texto (com todas suas falhas de concordância e gramatica), na esperança de que alguem entenda o que ele quis dizer.
"Meu cérebro tem criado fantasmas, espectros nos quais me força a crer que são solidificados e capacitados para realmente intervir, por vontade própria, na realidade. Na minha realidade e no meu destino. Podem interferir nas minhas esperanças. E é justamente a dúvida, a dúvida do racionalismo, que me levou ao ateísmo, que prefiro me enganar de que é um agnosticismo (dado que nada sabemos da verdade, não temos informações suficientes, e somos incapacitados para tais reflexões), a dúvida que Einstein teve da linearidade do espaço e do tempo, apesar de parecer indubitável a você ao ver o espaço na sua frente, reto. Tudo isso me guiou ao agnosticismo total. Duvide de tudo.
Se mesmo entre filósofos de uma mesma escola há divergências entre sí na determinação da realidade, quem sou eu para assumir verdadeiras em minha visão particular eventos cotidianos que nunca questionei?
E se algo me é importante prefiro tomar todas as ações que me assegurem a segurança daquilo. Pensamentos que surgem da dúvida varrem todas minhas outras reflexões. E se esta minha ação interferir no rumo que isto leva, intervir no meu futuro, apesar de nada estar relacionado diretamente? No máximo no bater de asas de uma borboleta? Como posso voltar a crer naquilo que vejo se a simples colisão de átomos que não consigo ver pode me dar um cancêr? No creo en brujas, pero que las hay las hay.
Como podem querer que eu creia em algo assim? Estou a afastar me demais do método científico. Somente creia naquilo que você pode provar. Mas como provar algo, se os nossos próprios métodos se baseiam em concepções da limitada racionalidade humana? O nosso método científico é um instrumento auto-referente. Ele sempre se mostrará em concordância consigo mesmo. Poderei então provar pelo método científico que o Sol irá sempre surgir em um novo dia apenas porque até agora ele surgiu todos os dias anteriores sem exceção? E a super-nova e sua consequente morte estelar? Será que meus métodos apenas distorcem-se para se mostrarem sempre corretos entre sí, mas não como a verdade está? Inclusive, a lógica simples do humano serve para todos os casos? Veja, 1+1 será sempre 2? Pareceria uma pergunta tola, mas pegue 1 metro e some mais 1 metro. Isso dará 2 metros. Mas apenas nas nossas condições atuais. E próximo a 3.10^8m/s? é como a água. Somente a altura do mar ela evapora a 100ºC.
No fim devo me basear na minha realidade, a qual acredito e é meu presente. Afinal, se uma árvore cair no meio da floresta, mas não houver ninguem para escutá-la cair, ela então não fez som.
Mas não se pode ser egocêntrico de tal modo. O pescador, apesar de crer que para pegar um peixe só depende de sua vara, pode morrer de inanição por alguma mudança climática distante que ele ignora. Do mesmo modo que o natural aumento da temperatura dos oceanos matou o grandioso e poderoso megalodon. Algo que ele simplesmente não tinha consciência. Então o homem em sua poderosa racionalidade e lógica pode morrer ou ser estraçalhado em sua frágil esperança por algo que está fora do seu alcance de entendimento. Sem ser visto.
Então é a sina do homem aceitar suas limitações e viver com elas? Ou quebramos barreiras como livros de auto-ajuda e animes nos ensinam? Onde está a loucura dos loucos se não podemos provar que o que eles veêm não existem realmente? Diante de todas as indagações, provou-se de que o que desconheciam, e julgavam impossível, na verdade estava lá. Desde sempre. Que os átomos nos quais eles não creiam na verdade sempre compôs eles e o mundo.
Tenho medo que minha amada me julgue um maluco. Mas como ela mo poderia amar se ela não conhecesse este meu lado? Amanhã, se este texto vingar sobre minha sonolência e ânsia mostrar-la-ei. Vou assumir que ela sabe o que é bom para ela e pra realidade dela. Se ela quiser ficar longe do perigo das indagações deste louco, ela saberá o que é melhor a realidade dela. A felicidade e segurança dela é minha importância.
Tudo o que sei é que nada sei.
Cogito ergo sum"
Tenho começado a questionar o meu cotidiano desde então...
Transcrevo a seguir o texto (com todas suas falhas de concordância e gramatica), na esperança de que alguem entenda o que ele quis dizer.
"Meu cérebro tem criado fantasmas, espectros nos quais me força a crer que são solidificados e capacitados para realmente intervir, por vontade própria, na realidade. Na minha realidade e no meu destino. Podem interferir nas minhas esperanças. E é justamente a dúvida, a dúvida do racionalismo, que me levou ao ateísmo, que prefiro me enganar de que é um agnosticismo (dado que nada sabemos da verdade, não temos informações suficientes, e somos incapacitados para tais reflexões), a dúvida que Einstein teve da linearidade do espaço e do tempo, apesar de parecer indubitável a você ao ver o espaço na sua frente, reto. Tudo isso me guiou ao agnosticismo total. Duvide de tudo.
Se mesmo entre filósofos de uma mesma escola há divergências entre sí na determinação da realidade, quem sou eu para assumir verdadeiras em minha visão particular eventos cotidianos que nunca questionei?
E se algo me é importante prefiro tomar todas as ações que me assegurem a segurança daquilo. Pensamentos que surgem da dúvida varrem todas minhas outras reflexões. E se esta minha ação interferir no rumo que isto leva, intervir no meu futuro, apesar de nada estar relacionado diretamente? No máximo no bater de asas de uma borboleta? Como posso voltar a crer naquilo que vejo se a simples colisão de átomos que não consigo ver pode me dar um cancêr? No creo en brujas, pero que las hay las hay.
Como podem querer que eu creia em algo assim? Estou a afastar me demais do método científico. Somente creia naquilo que você pode provar. Mas como provar algo, se os nossos próprios métodos se baseiam em concepções da limitada racionalidade humana? O nosso método científico é um instrumento auto-referente. Ele sempre se mostrará em concordância consigo mesmo. Poderei então provar pelo método científico que o Sol irá sempre surgir em um novo dia apenas porque até agora ele surgiu todos os dias anteriores sem exceção? E a super-nova e sua consequente morte estelar? Será que meus métodos apenas distorcem-se para se mostrarem sempre corretos entre sí, mas não como a verdade está? Inclusive, a lógica simples do humano serve para todos os casos? Veja, 1+1 será sempre 2? Pareceria uma pergunta tola, mas pegue 1 metro e some mais 1 metro. Isso dará 2 metros. Mas apenas nas nossas condições atuais. E próximo a 3.10^8m/s? é como a água. Somente a altura do mar ela evapora a 100ºC.
No fim devo me basear na minha realidade, a qual acredito e é meu presente. Afinal, se uma árvore cair no meio da floresta, mas não houver ninguem para escutá-la cair, ela então não fez som.
Mas não se pode ser egocêntrico de tal modo. O pescador, apesar de crer que para pegar um peixe só depende de sua vara, pode morrer de inanição por alguma mudança climática distante que ele ignora. Do mesmo modo que o natural aumento da temperatura dos oceanos matou o grandioso e poderoso megalodon. Algo que ele simplesmente não tinha consciência. Então o homem em sua poderosa racionalidade e lógica pode morrer ou ser estraçalhado em sua frágil esperança por algo que está fora do seu alcance de entendimento. Sem ser visto.
Então é a sina do homem aceitar suas limitações e viver com elas? Ou quebramos barreiras como livros de auto-ajuda e animes nos ensinam? Onde está a loucura dos loucos se não podemos provar que o que eles veêm não existem realmente? Diante de todas as indagações, provou-se de que o que desconheciam, e julgavam impossível, na verdade estava lá. Desde sempre. Que os átomos nos quais eles não creiam na verdade sempre compôs eles e o mundo.
Tenho medo que minha amada me julgue um maluco. Mas como ela mo poderia amar se ela não conhecesse este meu lado? Amanhã, se este texto vingar sobre minha sonolência e ânsia mostrar-la-ei. Vou assumir que ela sabe o que é bom para ela e pra realidade dela. Se ela quiser ficar longe do perigo das indagações deste louco, ela saberá o que é melhor a realidade dela. A felicidade e segurança dela é minha importância.
Tudo o que sei é que nada sei.
Cogito ergo sum"
Tenho começado a questionar o meu cotidiano desde então...
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