Victor: O que eu quero dizer é que é meio normal achar que quer fazer física quando na verdade quer fazer filosofia...
27 março, 2011
23 março, 2011
behind blue/dark/brown/red eyes
mo dê a sua verdadeira vontade, nada de ausentar-se de mim. quero a vida presente no presente.
agora uma angústia me consome. tenho a impressão que é a falta de alguem em quem confiar e me apoiar. alguem maior que eu para proteger me de tudo, enlaçar-me e que nos envolva numa redoma que isole-nos do mundo. o que tenho agora são apenas pessoas de confiança, mas equivalentes a mim em capacidade. não tenho heróis nem ídolos a quem dar meus sonhos. na verdade não confio neles, as pessoas de minha confiança. acredito que irão me dar palavras de conforto e de consolo quando precisar, um ombro no qual eu possa chorar em toda minha sinceridade. tambem nutro por eles um grande carinho e estima. o sabem que o que eu puder fazer por eles o farei. em minha limitada capacidade dou-me muito a amigos e etc, e sempre o fiz sacrificando minhas vontades e necessidades (o que me machuca é que muitos por quem me sacrifiquei não fizeram aquilo que eu queria que tivessem feito em outros tempos quando precisei. mas não posso culpa-los. como poderia querer que eles fizessem o que eu faria ou quisesse que fizessem se eles não são eu). sempre me arrependi de não ser um solitário auto-suficiente que não precisava de outros (mas até chegar a esse estágio ou sou um autista, ou passo por muitas histórias e traições). mas confiar que vão resolver meus problemas quando eu não suportar? não creio nisso. são iguais a mim e têm tanta capacidade quanto eu. me dão ideologias, me dão idéias, mas nunca a resolução, dados seus poderes limitados equivalentes aos meus. o que eles puderem fazer por mim, ou aguentar por mim é o mesmo que eu poderia fazer-lo. e quem tem mais vontade de resolver meus problemas do que eu mesmo? por isso queria um amor pra mim. alguem que tivesse tanto carinho (paixão é o que queria), que se esforçasse mais que eu pra resolver os problemas, devido a dor de ver-me sofrer. como eu tive com algumas pessoas (pouquíssimas, confesso. mas se não fossem poucas eu estaria calejado já de tanto esforçar-me na paixão, e não daria mais tanta de minha energia em outro relacionamento quanto posso dar agora).
voltando a confiança em outros.
quando pequeno confiava no tamanho imponente de meu pai e mãe e amava-os. confiava e não sabia medir nem suas estaturas, nem seus conhecimentos. então pela ignorância da imensidão confiava. afinal eram incrivelmente maiores que eu.
quando cresci me aproximei do que eram. até que conheci pessoas de fora de minha casa e me obrigaram a ver mais, me obrigando a não ficar recluso aos pensamentos de minha família. sou um mosaico de minhas vontades primitivas com criação de minha família e com as experiências que o mundo externo a minha casa envolveu-me.
porquê tais frases emos? pelos motivos óbvios. perdi a coragem de desbravar o mundo, mas principalmente a desbravar o quê o mundo causaria em mim. claro que é apenas uma fase. todos já passaram por isso e ainda irão passar novamente. e odeio o fato de estar escrevendo assim, sem palavras rotineiras. não sei que deu em mim para escrever de modo antiquado. só sei que tenho o medo de distanciar minhas idéias do momento presente aos leitores, com quem eu tento ter uma comunicação e uma des-solidão.
onde estão as pessoas que contam do passado? bravas em suas vontades, sem dúvidas aparentes (pois dúvidas elas tinham, mas em sua representação diante dos outros nunca poderiam mostrar, para manterem sua posição, e a confiança de seu exército de seguidores). verdadeiros seres isolados, e fortes em suas vontades. combatendo contra pequenas coisas do cotidiano. desde um opositor do governo até a simples e complexíssima relação entre seus convivas, e provavelmente sua companheira. ou serão tambem os heróis do passado apenas seres mesquinhos e egocêntricos alimentando seu ego, como o são muitos dos políticos, ou politiqueiros de hoje em dia. não sei se confio em políticos. confiaria mais em quem põe a mão na obra e trabalha em direção a algo, não em ideologistas e propagadores de idéias. apesar de eu mesmo querer propagar minhas idéias, pois discordo do mundo atual como está. e noto, equivalho-me a hitler, ou a nero em suas vontades, pois quero colocar minha visão particular de mundo a todas as pessoas. e noto como sou egoísta e ditador quando quero isso. pois minhas vontades são as vontades de um ser humano comum. como um de meu grupo tenho preconceitos e sou limitado em minha justiça. quantos motivos se escondem na justiça de cada caso de hoje em dia.
resumindo, em minha vontade de alastrar minhas vontades e ideologias ao resto do mundo eu iria praticar "injustiça" (devido a minha limitada capacidade de entender o que é justo e injusto num mundo complexo, onde provavelmente não existem separados) contra aqueles que eu não entendo, mas que tiveram e têm motivos para terem feito o que fizeram. teria errado.
mas lembra? estão ocorrendo revoluções agora. no oriente médio, onde havia repressão e ditaduras políticas e culturais. piores que as do mundo ocidental talvez e melhores do que as do mundo ocidental em alguns casos. será a grande troca cultural que poderá salvar a sociedade? mas ainda haverá o caos de diversas vidas em conjunto, influenciando umas as outras, cada qual com suas vontades opositoras em diversos momentos e sempre com potencial para sumonar a agressividade e turbulência da alma humana. mas ainda assim, talvez seja um mundo melhor onde haverá mais recursos, e o governo ou sociedade poderá oferecer mais ajuda (não necessariamente material) aos que precisam. a humanidade precisa ser mais sincera consigo mesma e saber que do outro lado dos olhos de outrem há alguem que tem capacidade de sentir o mesmo que você.
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